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Catalunha troca cortes por impostos e privatizações em 2014

"Depois de quatro anos de uma queda pronunciada do gasto público [...] acredito que chegamos ao limite", afirmou em coletiva de imprensa o responsável da Economia do governo catalão

Agência France-Presse
postado em 05/11/2013 19:24
Barcelona - A região da Catalunha, no nordeste da Espanha, adiou os severos cortes dos últimos anos com a apresentação nesta terça-feira de um orçamento para 2014 com maior gasto social e uma tentativa de reduzir o déficit aumentando as receitas.

"Depois de quatro anos de uma queda pronunciada do gasto público [...] acredito que chegamos ao limite", afirmou em coletiva de imprensa o responsável da Economia do governo catalão, Andreu Mas-Colell, apontando em 22% dos gastos o corte orçamentário entre 2010 e 2013.

Outrora motor econômico da Espanha e hoje uma de suas regiões mais endividadas, a Catalunha foi uma das primeiras comunidades autônomas a empreender políticas de austeridade com a chegada ao poder do partido nacionalista conservador CiU em 2010.

Após quatro anos de cortes, o governo dirigido por Artur Mas, que em janeiro teve que pedir ao Estado espanhol um resgate de 9,073 bilhões de euros, aposta agora em reduzir o déficit aumentando as receitas.

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Isso acontecerá principalmente com a venda de patrimônio e privatizações, com os quais espera captar cerca de 2,318 bilhões de euros e mediante à criação de novos impostos, sobre a energia termonuclear e sobre as emissões contaminantes da indústria e da aviação, entre outros.

Com essas medidas, o governo catalão espera cumprir o déficit de 1% designado para 2014 por Madri, que este ano exige 1,58%, e conseguir, ao mesmo tempo, um crescimento de 0,9% do produto interno bruto.

Apesar de manter a política de rigor econômico, o governo catalão, pressionado pelos independentistas do ERC, a segunda força parlamentar e seu principal aliado, aumentaram a dotação social do orçamento.

Isso significa 71,1% de um gasto governamental total de 20,373 bilhões de euros para 2014 sem contar os juros da dívida. Com o apoio das duas forças majoritárias, o orçamento será debatido no parlamento e submetido à votação no próximo dia 19 de dezembro.

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