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Deputados alemães desejam ouvir depoimento de Edward Snowden em Moscou

Em uma reunião, os parlamentares também foram informados sobre as recentes negociações com os Estados Unidos sobre o tratado anti-espionagem

Agência France-Presse
postado em 06/11/2013 12:02
Berlim - Os deputados alemães da comissão de controle dos serviços de Inteligência desejam que o governo alemão estude a possibilidade de interrogar em Moscou o ex-consultor americano Edward Snowden, que revelou informações sobre o vasto programa de espionagem dos Estados Unidos em todo o mundo. A comissão parlamentar decidiu "por unanimidade" pedir ao governo alemão "para verificar até que ponto Edward Snowden pode ser ouvido em Moscou, sem colocá-lo em apuros", declarou seu presidente, Thomas Oppermann (social-democrata), após uma reunião do grupo.

Ministro Ronald Pofalla chega para sessão da Comissão de Controle de Inteligência Parlamentar, em Berlim
Uma viagem do ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana, atualmente asilado na Rússia, está "fora de questão" e permanecerá assim enquanto "não pudermos dar garantias que ele não será extraditado" para os Estados Unidos, onde é procurado, acrescentou Oppermann. O ministro do Interior alemão, Peter Friedrich (conservador), disse que iria estudar a possibilidade de uma audiência em Moscou.

[SAIBAMAIS]O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, também expressou seu apoio condicional a esta ideia. "Se a audiência do Sr. Snowden, com ou não representantes do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) ou o Ministério Público Federal na Rússia for considerada útil, o governo alemão apoiará a ideia, dentro dos limites de suas possibilidades".



Na reunião da Comissão, os deputados alemães também foram informados sobre as recentes negociações com os Estados Unidos sobre o tratado anti-espionagem, que Berlim tenta concluir com Washington após as revelações sobre um possível grampo de cidadãos alemães e até mesmo do celular da chanceler Angela Merkel pelos serviços secretos americanos.

O tratado oferece "uma oportunidade única para restaurar a confiança perdida" entre os dois parceiros, considerou Ronald Pofalla (conservador), ministro da chancelaria, que participou da comissão parlamentar. Seibert lembrou que para Berlim as relações transatlânticas têm "um valor incomensurável" em termos de política de segurança estrangeira.

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