Agência France-Presse
postado em 08/11/2013 09:00
Aeroporto Ben Gurion - O secretário americano de Estado, John Kerry, se reunirá nesta sexta-feira (8/11) com o ministro das Relações Exteriores do Irã e com a chefe da diplomacia europeia em Genebra, onde um acordo sobre o programa nuclear do Irã está sendo discutido, informou o Departamento de Estado. "Em um esforço para ajudar a reduzir as divergências nas negociações, Kerry irá a Genebra hoje a convite de (Catherine) Ashton para participar de uma reunião tripartite com a representante da União Europeia e com o chefe da diplomacia (do Irã, Mohamad Javad) Zarif", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.O Irã e as grandes potências estão reunidos em Genebra desde quinta-feira para negociar sobre o polêmico programa nuclear iraniano. O anúncio foi feito enquanto Kerry se reunia na manhã desta sexta-feira no aeroporto Ben Gurion de Tel Aviv com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, antes de voar a Genebra. Netanyahu, por sua vez, declarou que Israel rejeita completamente o acordo que está sendo criado em Genebra. "É um acordo muito ruim. Israel o rejeita completamente", declarou Netanyahu à imprensa no aeroporto antes de se reunir com Kerry, acrescentando que estão dando ao Irã "o acordo do século".
[SAIBAMAIS]Na quinta-feira (7/11), Netanyahu já havia declarado que a adoção da proposta iraniana negociada em Genebra seria um erro histórico. Segundo os negociadores, o Irã fez uma proposta em troca de um relaxamento das muitas sanções econômicas impostas pelo Ocidente por seu programa nuclear. O Irã e o grupo 5%2b1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) começaram a se reunir na quinta-feira em Genebra para negociar os termos de um acordo sobre o programa nuclear iraniano, e seguirão em discussão nesta sexta-feira. Teerã considera que é possível chegar a um acordo nesta semana.
O núcleo das inquietações do Ocidente e de Israel, única potência nuclear do Oriente Médio, é o enriquecimento de urânio por parte do Irã. Eles temem há anos que o objetivo de Teerã seja enriquecer urânio a 90% para fabricar bombas atômicas. A República Islâmica nega categoricamente estas acusações e afirma que seu programa é puramente civil.