Agência France-Presse
postado em 08/11/2013 16:50
A nave espacial enviada pela Índia a Marte completou a primeira de uma série de ativações de seus motores, concebidos para libertá-la do empuxo gravitacional da Terra e propulsioná-la em direção ao planeta vermelho, afirmaram cientistas esta sexta-feira (8/11).A primeira "manobra de saída de órbita", que envolve a ativação de um propulsor movido a combustível líquido, foi executada na quinta-feira (7/11), seguida de uma segunda ativação nesta sexta, informou a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês).
"A segunda manobra de saída da órbita da nave orbitadora de Marte, com início às 02:18:51 horas (IST, horário padrão indiano) de 8 de novembro, com um tempo de queima de 570,6 segundos, foi concluída com sucesso", destacou em um comunicado a ISRO, com sede em Bangalore.
A Índia iniciou nesta terça-feira (5/11) a jornada para se tornar o primeiro país asiático a chegar a Marte com o lançamento bem sucedido de uma sonda não-tripulada de 1,35 tonelada, presa a um foguete.
Como carece de potência para voar diretamente a Marte, a sonda vai orbitar a Terra por quase um mês e a ativação dos motores deve aplicar a velocidade necessária ao foguete para que possa se libertar do empuxo gravitacional do planeta.
Só quando todas as seis manobras de ativação dos motores forem realizadas com êxito é que começará o segundo estágio de sua jornada de nove meses a Marte. O principal objetivo da missão é detectar metano na atmosfera marciana, o que pode dar evidências de algum tipo de vida no quarto planeta do Sistema Solar.
Nunca antes a Índia tinha se aventurado em viagens interplanetárias e mais da metade de todas as missões a Marte fracassaram, inclusive a da China, em 2011, e a do Japão, em 2003.
O custo do projeto, de 4,5 bilhões de rúpias (US$ 73 milhões), corresponde a menos de um sexto dos US$ 455 milhões destinados pela Nasa a uma sonda marciana, com lançamento previsto para o final deste mês.
O presidente da ISRO, K. Radhakrishnan, denominou a missão de um "ponto crítico" para as ambições espaciais da Índia e algo que demonstrará as habilidades do país na tecnologia de foguetes.