Agência France-Presse
postado em 09/11/2013 19:02
Jerusalém - O ministro israelense da Defesa, Moshe Yalon, qualificou neste sábado de "erro histórico" o acordo sobre o programa nuclear iraniano que as grandes potências estão negociando atualmente em Genebra com Teerã."Um acordo agora, nas condições atuais, é um erro histórico que permitirá ao regime belicoso de Teerã continuar seu perigoso programa nuclear", disse Yalon, citado em um comunicado de seu ministério.
O ministro israelense considerou "importante que aqueles que quiserem evitar o uso da força contra o Irã saibam levar adiante uma diplomacia intransigente para conduzir o regime de Teerã à conclusão de que se quer sobreviver, deve deter seu programa nuclear e que não sejam cegados pela ofensiva de encanto e sorrisos iraniana".
Diplomatas iranianos e do grupo "5%2b1" (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) continuavam se esforçando, ao anoitecer deste sábado, em Genebra, para levantar os obstáculos a um acordo sobre o programa nuclear iraniano. O Irã, por sua vez, sinalizou com a hipótese de uma nova rodada de discussões dentro de aproximadamente uma semana, devido às divergências entre os países ocidentais.
As seis potências acusam o Irã de querer fabricar a arma atômica, o que o país nega, reivindicando o seu direito de ter um programa nuclear civil. O "5%2b1" está negociando atualmente com o Irã um "acordo interino", antes de passar a um acordo permanente.
O acordo projetado, com período de experimentação de seis meses, incluiria abrandar as sanções impostas ao Irã com um compromisso, em contrapartida, deste país de suspender, parcial ou totalmente, o enriquecimento de urânio, um processo que permitiria, levado a 90%, a fabricar uma bomba nuclear.
"É o Irã que precisa deste acordo para evitar uma catástrofe econômica iminente, e os países ocidentais não devem, portanto, dar a impressão de que são eles que estão apressados em concluir um acordo que poderia se revelar desastroso não só para o Oriente Médio, mas para o mundo inteiro", afirmou o ministro da Defesa israelense.
[SAIBAMAIS]
A ministra israelense da Justiça, Tzipi Livni, considerou por sua vez que se deve "impedir que o Irã obtenha a arma atômica, agindo de forma determinada, sem concessões e sem suspender as sanções antes de ter alcançado o objetivo".
"Não é necessário se precipitar para firmar um acordo que não cumprirá seus objetivos, quando um acordo muito mais favorável (às potências ocidentais) pode ser concluído, dadas as pressões às quais o Irã está submetido devido à eficácia das sanções", disse Livni, citada em um comunicado da pasta.
Mais cedo, um funcionário de alto escalão israelense à AFP que o Israel rejeita totalmente o acordo que o Irã e as grandes potências discutem em Genebra. "Israel rejeita totalmente o acordo discutido entre o Irã e as grandes potências e não apoia o acordo", disse o funcionário sob condição de anonimato.
"Conforme Israel reúne mais detalhes sobre o acordo que está sendo elaborado em Genebra, sua perplexidade aumenta ante a urgência de assinar um acordo tão ruim para o mundo", acrescentou.
Apesar dos progressos realizados nas negociações em Genebra entre Teerã e o grupo dos 5%2b1 (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, que são membros do Conselho de Segurança, além da Alemanha), a conclusão de um acordo, que parecia iminente na sexta-feira, era incerta neste sábado, sobretudo pelas objeções francesas.
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"Se este acordo for concluído, o Irã fará o negócio do século e o Ocidente um acordo muito ruim: o Irã se beneficiará de um relaxamento significativo das sanções sem ter feito nenhuma concessão real em seu programa para se dotar de uma bomba nuclear", concluiu o funcionário israelense.