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Após seis dias, greve de garis deixa ruas de Madri cobertas de lixo

Cerca de 98% dos funcionários de limpeza das ruas e dos jardins de Madri participavam da paralisação

Agência France-Presse
postado em 10/11/2013 12:03

Cerca de 98% dos funcionários de limpeza das ruas e dos jardins de Madri participavam da paralisação

Madri - Papéis, garrafas e todo tipo de embalagens se acumulavam neste domingo nas ruas de Madri no sexto dia de uma greve indefinida dos serviços de limpeza contra um plano de demissões e de redução de salários. Diante da elegante fachada do Teatro Real, sede da Ópera da capital espanhola, todo tipo de detritos se amontoavam sobre as calçadas, embaixo das lixeiras e na saída do metrô, em meio aos olhares resignados dos pedestres.

Cerca de 98% dos funcionários de limpeza das ruas e dos jardins de Madri participavam da greve na manhã deste domingo, afirmou um líder do sindicato Comissões Operárias.

As organizações sindicais denunciam um plano de supressão de 1.100 dos cerca de 7.000 postos de trabalho em Madri das cinco empresas contratadas pela prefeitura (FCC, OHL, Valorisa, Cespa e Eurbaser) para este serviço, que não inclui o recolhimento de lixo doméstico.

E advertem que a greve pode se prolongar. "Não há perspectiva de solução", afirmou à rádio pública Roberto Tornamina, líder do sindicato UGT.

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[SAIBAMAIS]"Entendemos que os cidadãos possam estar chateados", afirmou. "A sujeira que está em todo lugar é uma realidade objetiva, mas isso será passageiro, o que não será passageiro será o drama de deixar sem emprego famílias que dependem de salários muito baixos", acrescentou.

Segundo os sindicatos, o salário de um gari é de cerca de 1.000 euros e o de um jardineiro é de 900. Além da supressão dos postos, denunciam que o plano inclui uma redução salarial de até 40%.

Ante a crise e a explosão dos déficits públicos das diferentes administrações espanholas, a prefeitura de Madri, assim como os governos regionais e o central, realizam grandes cortes de gastos.

A chave do problema, segundo Francisco Jargón, presidente da associação de empresas de limpeza (Aselip), é que "a prefeitura de Madri diminuiu em até 40% o que paga às empresas". "Não podemos manter a estrutura de 2007", afirmou na terça-feira, no início da greve.

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