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Papa pede vigilância contra o ódio em aniversário da 'Noite dos Cristais'

Episódio de violência de Hitler aconteceu na Rússia em dezembro de 1938 contra os judeus

Agência France-Presse
postado em 10/11/2013 14:23

Episódio de violência de Hitler aconteceu na Rússia em dezembro de 1938 contra os judeus

Vaticano - O papa Francisco pediu neste domingo para os católicos serem vigilantes contra toda forma de ódio e intolerância, ao lembrar a "Noite dos Cristais" de 1938 contra os judeus alemães, momento que mostrou ao mundo, há 75 anos, a violência antissemita do regime nazista.

Durante o Ângelus e diante da multidão que lotava a praça de São Pedro, o Papa se referiu aos episódios de "violência registrados na madrugada de 9 para 10 de dezembro de 1938 contra os judeus, sus sinagogas, suas casas, suas lojas, que representaram um triste passo em direção à tragédia da Shoah".

[SAIBAMAIS]"Reiteremos nosso sentimento de proximidade e nossa solidariedade com o povo hebreu, que é nosso irmão mais velho. Rezemos a Deus para que a memória do passado, dos pecados do passado, nos ajude a continuar sendo vigilantes diante de toda forma de ódio e de intolerância", recomendou aos 60.000 fiéis reunidos na praça sob um céu cinza.

A Alemanha lembra neste fim de semana a "Noite dos Cristais", uma série de pogroms contra os judeus ocorrida há 75 anos e considerada um sinal precursor da solução final colocada em andamento contra os judeus da Europa, a maior tragédia do século XX.

Na noite do dia 9 e no dia seguinte, lojas de propriedades de judeus foram saqueadas, sinagogas foram incendiadas e 30.000 homens foram detidos e deportados. Estes episódios de violência deixaram 90 mortos entre a população judaica alemã.

Estes incidentes foram apresentados pelo governo como uma revolta espontânea em resposta ao assassinato de Ernst vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris, por Herschel Grynszpan, um estudante de 17 anos que queria vingar a expulsão de sua família da Alemanha, junto aos cerca de 15.000 outros judeus poloneses.

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Mas os tumultos foram, de fato, organizados pelo regime de Hitler.

Jorge Mario Bergoglio sempre manteve relações muito próximas com a comunidade judaica argentina.

Desde o documento aprovado pelo Concilio Vaticano II "Nostra Aetate" sobre o respeito às outras religiões, o "ensino do desprezo" veiculado por um antigo antissemitismo cristão em relação aos judeus foi denunciado por todos os Papas, embora permaneçam incompreensões no diálogo entre as duas religiões irmãs.

Os rancores e preconceitos contra os judeus estavam tão presentes na sociedade cristã europeia dos anos 30 que católicos e protestantes alemães seguiram em grande número a propaganda nazista contra os judeus, embora também tenham existido figuras de resistência contra o ódio destas duas confissões.

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