Agência France-Presse
postado em 15/11/2013 18:51
Trípoli - O ministro líbio da Saúde, Noureddine Daghmane, indicou na noite desta sexta-feira que o registro dos confrontos entre milícias durante o dia em Trípoli chegou a 31 mortos e 285 feridos.O governo pediu um cessar-fogo entre esses grupos armados criados durante a revolução que derrubou Muamar Kadhafi, em 2011, e que as autoridades têm muita dificuldade em controlar, na falta de forças de segurança oficiais.
O ministro disse à rede de televisão Libya al-Ahrar que o número de vítimas pode aumentar.
No início da tarde, centenas de pessoas protestavam pacificamente contra as milícias. Elas se aproximavam do QG de um grupo originário de Misrata (leste), batizado com o mesmo nome do bairro do sul onde fica localizado (Ghargur), quando, sem conseguir dispersá-las atirando para o alto, os milicianos partiram para o ataque.
[SAIBAMAIS]Depois da ação violenta, homens armados de diferentes milícias da capital invadiram e incendiaram a sede da milícia Gharghur.
"Pedimos a todas as facções armadas um cessar-fogo para que o governo possa (...) restabelecer a calma na capital", indicou o governo, pedindo que a população evite o bairro de Gharghur.
Os manifestantes tinham se reunido na praça Meliana, hasteando a bandeira nacional e bandeiras brancas para sustentar o caráter pacífico da manifestação.
A concentração aconteceu depois que autoridades religiosas muçulmanas pediram aos habitantes da capital que protestassem contra as milícias. Os imãs locais ecoaram os apelos do mufti (principal autoridade religiosa do país) e do Conselho local de Trípoli, o equivalente à Prefeitura.
O protesto era justamente uma reação aos confrontos armados entre milícias, que na quinta-feira à noite já tinham causado duas mortes e deixado dezenas de feridos no centro de Trípoli.