Agência France-Presse
postado em 16/11/2013 11:11
Cairo - A coalizão islamita de partidários de Mohamed Mursi pediu neste sábado (16/11) diálogo "para tirar (o Egito) da crise", mas sem exigir explicitamente como condição o retorno ao poder do presidente deposto pelo Exército.
Esta coalizão é apoiada pela Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, que denuncia um "golpe de Estado" e se recusa a reconhecer as novas autoridades instauradas pelo Exército. Ela "pede a todas as forças revolucionárias, aos partidos políticos e a personalidades patrióticas a realização de um diálogo profundo com o objetivo de acabar com a crise atual".
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E não menciona explicitamente a volta de Mursi ao poder, o que normalmente era apresentado como condição principal para qualquer negociação.
A coalizão pede também "o retorno à legitimidade constitucional e a um processo democrático que inclua todos os movimentos políticos, sem que um monopolize o processo ou seja excluído". A "legitimidade" regularmente mencionada pelos islamitas se refere ao presidente destituído, assim como ao Senado dissolvido e à Constituição suspensa no dia 3 de julho, depois da prisão de Mursi pelos militares.
Desde então, as autoridades impostas pelo Exército estabeleceram um "caminho" que prevê a realização de eleições legislativas em fevereiro ou março e uma eleição presidencial no verão.
O novo poder impôs como condição que a Irmandade Muçulmana aceite esse plano para a transição para que haja qualquer negociação.
Mas, no momento em que o apelo ao diálogo foi lançado, a imprensa oficial informou que um comitê de juízes havia recomendado a dissolução do Partido Liberdade e Justiça (PLJ).
Desde a derrubada do único presidente democraticamente eleito do pais, o governo interino leva adiante uma repressão implacável contra seus militantes.
Mais de mil pessoas, a maioria manifestantes pró-Mursi, morreram desde meados de agosto, enquanto milhares de islamitas foram presos, quase todos lideranças da Irmandade Muçulmana.
Para esta proposta de diálogo --a mais flexível já feita pelos islamitas-- "não há condição alguma e ela não deve mais ter", explicou à AFP Imam Yussef, líder do partido Assala, que integra a coalizão.
Essa coalizão, acrescentou ele, pede que as discussões, que devem levar a uma solução "democrática", comecem "em duas semanas", acrescentando que os islamitas estão prontos para discutir "todas as soluções que levem à estabilidade". "Queremos uma solução democrática e isso não quer dizer que devemos estar no poder", disse ele, assegurando que, no final de junho deste ano, o poder islamita estava preparado para atender às aspirações dos milhões de manifestantes que saíram às ruas para exigir a saída de Mursi, alguns dias antes de sua destituição pelo Exército.
Mesmo com a repressão, os líderes da coalizão convocam manifestações com frequência. Eles defenderam neste sábado uma "oposição pacífica" e pediram o "fim do derramamento de sangue" e o fim das "campanhas de ódio na imprensa".
Pedem também a abertura do diálogo para a libertação dos presos e a volta da imprensa islamita, fechada desde 3 de julho. A oposição também pediu o "retorno dos militares as suas bases".
À pergunta se a coalizão vai insistir na volta de Mursi ao poder, Yussef respondeu: "Não vamos nos precipitar", considerando a questão pode ser abordada depois.
Nos bastidores, alguns consideram que as autoridades da Irmandade Muçulmana podem aceitar uma saída "constitucional" para Mursi, como uma renúncia, por exemplo.
No início de seu julgamento, no dia 4 de novembro, em sua única aparição pública desde a detenção, Mursi disse rejeitar a autoridade dos juízes diante dos quais compareceu acusado de "incitação ao assassinato" de manifestantes. As maiores lideranças de seu movimento estão presas pela mesma acusação.
No dia 23 de setembro, um tribunal pronunciou uma suspensão temporária da Irmandade e ordenou o congelamento de seus bens à espera de um julgamento final.
Esta coalizão é apoiada pela Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, que denuncia um "golpe de Estado" e se recusa a reconhecer as novas autoridades instauradas pelo Exército. Ela "pede a todas as forças revolucionárias, aos partidos políticos e a personalidades patrióticas a realização de um diálogo profundo com o objetivo de acabar com a crise atual".
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E não menciona explicitamente a volta de Mursi ao poder, o que normalmente era apresentado como condição principal para qualquer negociação.
A coalizão pede também "o retorno à legitimidade constitucional e a um processo democrático que inclua todos os movimentos políticos, sem que um monopolize o processo ou seja excluído". A "legitimidade" regularmente mencionada pelos islamitas se refere ao presidente destituído, assim como ao Senado dissolvido e à Constituição suspensa no dia 3 de julho, depois da prisão de Mursi pelos militares.
Desde então, as autoridades impostas pelo Exército estabeleceram um "caminho" que prevê a realização de eleições legislativas em fevereiro ou março e uma eleição presidencial no verão.
O novo poder impôs como condição que a Irmandade Muçulmana aceite esse plano para a transição para que haja qualquer negociação.
Mas, no momento em que o apelo ao diálogo foi lançado, a imprensa oficial informou que um comitê de juízes havia recomendado a dissolução do Partido Liberdade e Justiça (PLJ).
Desde a derrubada do único presidente democraticamente eleito do pais, o governo interino leva adiante uma repressão implacável contra seus militantes.
Mais de mil pessoas, a maioria manifestantes pró-Mursi, morreram desde meados de agosto, enquanto milhares de islamitas foram presos, quase todos lideranças da Irmandade Muçulmana.
Para esta proposta de diálogo --a mais flexível já feita pelos islamitas-- "não há condição alguma e ela não deve mais ter", explicou à AFP Imam Yussef, líder do partido Assala, que integra a coalizão.
Essa coalizão, acrescentou ele, pede que as discussões, que devem levar a uma solução "democrática", comecem "em duas semanas", acrescentando que os islamitas estão prontos para discutir "todas as soluções que levem à estabilidade". "Queremos uma solução democrática e isso não quer dizer que devemos estar no poder", disse ele, assegurando que, no final de junho deste ano, o poder islamita estava preparado para atender às aspirações dos milhões de manifestantes que saíram às ruas para exigir a saída de Mursi, alguns dias antes de sua destituição pelo Exército.
Mesmo com a repressão, os líderes da coalizão convocam manifestações com frequência. Eles defenderam neste sábado uma "oposição pacífica" e pediram o "fim do derramamento de sangue" e o fim das "campanhas de ódio na imprensa".
Pedem também a abertura do diálogo para a libertação dos presos e a volta da imprensa islamita, fechada desde 3 de julho. A oposição também pediu o "retorno dos militares as suas bases".
À pergunta se a coalizão vai insistir na volta de Mursi ao poder, Yussef respondeu: "Não vamos nos precipitar", considerando a questão pode ser abordada depois.
Nos bastidores, alguns consideram que as autoridades da Irmandade Muçulmana podem aceitar uma saída "constitucional" para Mursi, como uma renúncia, por exemplo.
No início de seu julgamento, no dia 4 de novembro, em sua única aparição pública desde a detenção, Mursi disse rejeitar a autoridade dos juízes diante dos quais compareceu acusado de "incitação ao assassinato" de manifestantes. As maiores lideranças de seu movimento estão presas pela mesma acusação.
No dia 23 de setembro, um tribunal pronunciou uma suspensão temporária da Irmandade e ordenou o congelamento de seus bens à espera de um julgamento final.