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Atentado em Cabul acontece perto de local onde será debatido tratado

O ministério afegão do Interior anunciou que as forças de segurança identificaram e perseguiram o terrorista antes da explosão do veículo perto de uma delegacia

Agência France-Presse
postado em 16/11/2013 11:32
Cabul - Um atentado com carro-bomba sacudiu Cabul neste sábado (16/11) perto do local onde a assembleia tradicional, ou Loya Jirga, debaterá na próxima semana a manutenção da presença militar americana no país depois de 2014. "Um terrorista detonou um carro-bomba em uma área onde havia muitos civis", afirmou à AFP o chefe de polícia de Cabul, Mohamad Zaher. "Há vítimas", completou, mas sem revelar detalhes.

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O ministério afegão do Interior anunciou que as forças de segurança identificaram e perseguiram o terrorista antes da explosão do veículo perto de uma delegacia. A polícia isolou a área do ataque. "Ouvi uma explosão enorme perto do local da Loya Jirga. Ambulâncias levaram as vítimas ensanguentadas", declarou à AFP uma testemunha, que se identificou apenas como Nasrullah.

O ataque não foi reivindicado até o momento, mas os atentados suicidas são uma tática frequente dos insurgentes talibãs que lutam contra o governo afegão e as forças internacionais da Otan desde que foram expulsos do poder em 2001.

Pouco antes do ataque, o presidente afegão Hamid Karzai convidou os talibãs a participar na Loya Jirga.

A assembleia se reunirá a partir de quinta-feira durante quatro dias para examinar um tratado bilateral de segurança (BSA), que Washington e Cabul negociam com dificuldades há vários meses. "Rogamos aos insurgentes que participem na Loya Jirga para expressar seu ponto de vista", declarou o presidente durante uma entrevista coletiva. "Eles integram o povo afegão, têm o direito de participar nesta assembleia", completou.

Mas os talibãs já anunciaram que consideram esta Loya Jirga como uma "farsa" e advertiram que os participantes serão punidos caso o acordo seja aprovado.

O tratado permitiria às forças afegãs contar com um apoio americano após a retirada, até o fim de 2014 de 75.000 soldados da Otan, situação que provoca temores do aumento da violência em um país parcialmente controlado pela rebelião talibã.

Em outubro, ao fim das longas negociações em Cabul, o presidente Karzai e o secretário de Estado americano, John Kerry, anunciaram ter concluído um acordo parcial, sem solucionar totalmente a questão sensível da imunidade dos soldados americanos.

No Iraque, o governo dos Estados Unidos esperava manter um contingente além de 2011, mas acabou por repatriar todas as tropas porque Bagdá se negou a conceder a imunidade.

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