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Islamitas egípcios devem reconhecer novas autoridades antes do diálogo

Muitos líderes do movimento islamita, entre eles o próprio Mursi, estão sendo julgados por suposta incitação à violência antes e depois da queda do presidente islamita em 3 de julho

Agência France-Presse
postado em 17/11/2013 12:40
Cairo - O ministro egípcio da Solidariedade Social, Ahmed al-Borei, afirmou neste domingo que para iniciar qualquer diálogo com a Irmandade Muçulmana, o grupo islamita deve reconhecer as novas autoridades que substituíram o presidente Mohamed Mursi, destituído pelo exército, e renunciar à violência.

A Irmandade Muçulmana também tem que aceitar que a destituição de Mursi foi uma "revolução", disse Al-Borei à AFP.

No sábado, a coalizão de partidários de Mursi, liderada pela Irmandade Muçulmana, defendeu um "diálogo" para "superar a crise" no Egito.


"Eles têm que reconhecer que o que aconteceu em 30 de junho foi uma revolução popular e que o mapa do caminho (do governo) foi aceito pelo povo egípcio para construir um Estado moderno", disse Al-Borei, em referência aos milhões de manifestantes que saíram às ruas em 30 de junho para exigir a saída de Mursi.

O ministro egípcio completou que a Irmandade Muçulmana deve aceitar que seus membros julgados por assassinato e "terrorismo" "estão excluídos da ideia de reconciliação".

Muitos líderes do movimento islamita, entre eles o próprio Mursi, estão sendo julgados por suposta incitação à violência antes e depois da queda do presidente islamita em 3 de julho.

O exército derrubou Mursi depois de grandes manifestações que exigiam sua renúncia, que começaram em 30 de junho.

"A Irmandade Muçulmana tem que pedir desculpas e parar com a violência nas ruas", completou Borei.

A Irmandade, que denuncia um golpe de Estado e até agora se negava a reconhecer as novas autoridades, pediu no sábado "a todas as forças revolucionárias, aos partidos políticos e às personalidades patrióticas que iniciem um diálogo profundo para sair da crise atual".

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