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Nasa inicia contagem regressiva para enviar sonda Maven a Marte

Lançamento da sonda está previsto da base da Força Aérea americana, em Cabo Cañaveral, Flórida (sudeste), às 13h28 locais (16H28 de Brasília), com janela de lançamento de duas horas

Agência France-Presse
postado em 18/11/2013 16:29
Cabo Naveral - A Nasa iniciou nesta segunda-feira (18/11) a contagem regressiva para lançar a nave não tripulada Maven a Marte para averiguar porque o planeta vermelho perdeu boa parte de sua atmosfera, com a qual teria sido apto para a vida há bilhões de anos.

A sonda Maven ("Mars Atmosphere and Volatile Evolution") será posta na órbita de Marte para analisar as camadas de sua atmosfera superior e as interações com o sol e o vento solar que podem ter influenciado a perda de gases, destacou a agência espacial americana.

O lançamento da sonda está previsto da base da Força Aérea americana, em Cabo Cañaveral, Flórida (sudeste), às 13h28 locais (16H28 de Brasília), com janela de lançamento de duas horas. A nave, com 2,45 toneladas de peso, será transportada por um foguete Atlas V, da empresa United Launch Alliance.

A contagem regressiva, que começou às 09h28 desta segunda-feira (hora de Brasília), transcorreu normalmente uma hora antes de ligados os motores. A previsão do tempo dava 60% de probabilidades de condições favoráveis no momento do lançamento. A separação entre a sonda e o segundo estágio do foguete Atlas deve acontecer 52 minutos após o lançamento e 15 minutos depois, Maven deverá desdobrar seus painéis solares.

A sonda levará 10 meses para chegar ao seu destino para uma missão de pelo menos um ano. Se for lançada em 18 de novembro, chegará em 22 de setembro de 2014.Isto seria dois dias antes da chegada da sonda espacial que a Índia enviou a Marte, a Mars Orbiter, lançada em 5 de novembro passado. A missão científica de Maven começaria em novembro de 2014.

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No entanto, os objetivos científicos das duas sondas não se sobrepõem, afirmou David Mitchell, chefe de projeto da Maven. A sonda indiana irá em busca de metano, que poderia provar a existência de algum tipo de vida no passado do planeta, enquanto a americana busca respostas sobre as mudanças climáticas que o planeta vermelho sofreu.

Uma missão de 671 milhões de dólares

A missão da sonda Maven, de 671 milhões de dólares, é a primeira da Nasa destinada a explorar a atmosfera superior de Marte, ao invés de estudar sua superfície seca, destacou a agência espacial americana.

"Quando a água líquida fluía em abundância em Marte - como demonstram muitos indícios -, o planeta devia ter uma atmosfera mais densa, que produzia gases de efeito estufa, permitindo que o planeta fosse mais quente", disse neste domingo, durante uma coletiva de imprensa, Bruce Jakosky, da Universidade do Colorado (oeste), chefe científico da missão.

"Queremos compreender o que aconteceu, aonde foi a água e o CO2 que antes formavam uma atmosfera densa", acrescentou.

Com Maven, "teremos uma compreensão da história de Marte e seu potencial para a vida, sua habitabilidade, que depende principalmente da história da água e de seu clima".

Mediante análise da dinâmica atual da atmosfera superior de Marte é possível entender as mudanças no tempo do planeta e os efeitos resultantes, segundo o cientista.

Para esta missão, a sonda Maven conta com oito instrumentos com um total de nove sensores, inclusive um espectrômetro de massas para a determinação das estruturas moleculares dos gases atmosféricos e um sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyzer), desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas de Astrofísica e Planetologia (IRAP) de Toulouse (França), que analisará o vento solar na magnetosfera de Marte.

Depois de sua inserção orbital e cinco semanas de calibragem dos instrumentos, a sonda entrará em uma órbita elíptica de quatro horas e meia, o que lhe permitirá fazer observações em todas as latitudes de todas as camadas da atmosfera superior do planeta, com altitude variável de 150 km a mais de 6.000 km.

Maven é a segunda missão do programa americano Scout, que consiste em pequenas missões menos onerosas, dedicadas a explorar Marte antes de uma missão tripulada prevista para 2030, segundo planos da Nasa.

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