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Dois ativistas russos do Greenpeace são libertados sob fiança

Ativistas do Greenpeace, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel, estão detidos em São Petersburgo, depois de terem sido recentemente transferidos de Murmansk

Agência France-Presse
postado em 18/11/2013 17:45
São Petersburgo - A justiça russa libertou após pagamento de fiança nesta segunda-feira (18/11) dois russos - uma médica e um fotógrafo que estavam a bordo do navio do Greenpeace - detidos em setembro, depois de prorrogar por três meses a prisão de um outro membro da tripulação.

A russa Ekaterina Zaspa, médica a bordo do Arctic Sunrise, será libertada após o pagamento de 2 milhões de rublos (45.500 euros) de fiança, segundo decisão de um tribunal de São Petersburgo (noroeste).

Os 30 ativistas do Greenpeace, incluindo a brasileira Ana Paula Maciel, estão detidos em São Petersburgo, depois de terem sido recentemente transferidos de Murmansk, uma cidade portuária às margens do Mar de Barents.

[SAIBAMAIS]Mads Christensen, do Greenpeace, ressaltou em um comunicado que, apesar da libertação com pagamento de fiança, Ekaterina Zaspa "ainda está sendo acusada de vandalismo" e que "a acusação de pirataria não foi oficialmente retirada".

O tribunal também decidiu pela libertação sob fiança do fotógrafo russo Denis Siniakov, que trabalhou para Agência France-Presse e para a Reuters.

Pouco antes, um outro tribunal de São Petersburgo decidiu prorrogar por três meses, até 24 de fevereiro, a prisão provisória do australiano Colin Russell, de 59 anos. Além disso, um procurador declarou nesta segunda que não era contra a libertação da brasileira Ana Paula, segundo o Greenpeace.

Durante a sua audiência, a ativista exibiu de sua cela metálica vários cartazes proclamando "Eu amo a Rússia, mas deixe-me voltar para casa" e "Salvem o Ártico".

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O caso dos outros 28 tripulantes do navio Artic Sunrise será examinado durante a semana. Nesta segunda-feira, estava prevista a análise de sete casos, mas a Justiça decidiu adiar as audiências de dois ativistas, do holandês David John Haussmann e da britânica Kieron Bryan, segundo a ONG.

Na sexta-feira, o Greenpeace anunciou que a Comissão de Investigação, principal órgão responsável pelas investigações criminais na Rússia, desejava manter os ativistas presos por mais três meses, para "concluir a investigação".

A detenção provisória, fixada inicialmente em dois meses, expira em 24 de novembro. Os trinta membros da tripulação do Arctic Sunrise foram detidos no dia 19 de setembro pelas autoridades russas quando tentavam escalar uma plataforma de petróleo no mar de Barents para denunciar os riscos ambientais.

Eles devem responder às acusações de pirataria e de vandalismo, pelas quais podem ser condenados, respectivamente, a 15 e sete anos de prisão. Quanto a Russell, a acusação pediu a prorrogação de sua detenção, argumentando que ele poderia fugir do país caso fosse libertado. Questionado sobre as suas intenções, esse australiano declarou: "Eu sou inocente. E é por isso que eu não fugiria".

"Eu estou na prisão por nada há dois meses, e não compreendo o porquê", declarou, se expressando com a ajuda de um tradutor. O Greenpeace indicou que seus advogados vão contestar a decisão da Justiça e pedirão a libertação sob fiança de todos os ativistas.

"As autoridades dizem que precisam de três meses para investigar um crime imaginário (...). Este julgamento é um circo", respondeu nesta segunda-feira Kumi Naidoo, diretor executivo do Greenpeace. A detenção da tripulação do Arctic Sunrise causou um alvoroço na sociedade civil internacional.

Celebridades como Madonna e Paul McCartney pediram a libertação dos ativistas e as ações de protesto têm aumentado em todo o mundo a cada dia. Sábado, militantes do Greenpeace protestaram em várias cidades, de Londres a Nova Délhi, para exigir a libertação dos ambientalistas.

O Tribunal Internacional do Direito Marítimo, com sede em Hamburgo, na Alemanha, vai proferir a sua decisão sobre o caso em 22 de novembro. Essa jurisdição da ONU, competente para resolver disputas marítimas, foi acionada pela Holanda. A Rússia decidiu ignorar esse procedimento.

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