"Eu condeno veementemente esta invasão de provocação e faço um pedido expresso ao governo espanhol para que isto não se repita", declarou o secretário de Estado para a Europa, David Lidington, segundo comunicado divulgado pelo ministério. O navio oceanográfico Ramon Margalef, que depende do governo espanhol, passou mais de 20 horas - nos dias 18 e 19 de novembro - nas águas do disputado território britânico de Gibraltar, explicou a chancelaria.
A embarcação teria se recusado a deixar o local mesmo após diversas interpelações oficiais pedindo sua retirada. O comandante do navio, contatado por rádio, teria explicado que realizou "uma atividade de observação com permissão das autoridades e pelos interesses da União Europeia".
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Procurado para fornecer maiores informações sobre o assunto, o ministério das Relações Exteriores da Espanha não havia se pronunciado até a noite desta terça-feira. "Estamos prontos para fazermos o que for possível para proteger a soberania de Gibraltar, sua economia e sua segurança", insistiu o secretário de Estado.
O governo de Gibraltar afirmou, em comunicado, que os acontecimentos "de intrusão nas águas britânicas são intoleráveis". Esta é a terceira vez que o embaixador da Espanha, Federico Trillo, é convocado para tratar da questão de Gibraltar desde o início do governo conservador de Mariano Rajoy, em dezembro de 2011.
As tensões entre Londres e Madri sobre a soberania de Gibraltar voltaram à tona em julho deste ano, motivadas pela construção de arrecife artificial próximo á costa do território britânico. "Acreditamos que é do interesse da Espanha, de Gibraltar e da Grã-Bretanha evitar incidentes do gênero, que reduzem as chances de estabelecer o diálogo e a cooperação", disse Lidington. O governo de David Cameron ressaltou, contudo, que não irá mudar de posicionamento sobre a questão da soberania, confiante no aval dado pela maior parte dos 30 mil habitantes de Gibraltar.