Agência France-Presse
postado em 20/11/2013 12:18
Cidade do Vaticano - O padre confessor que ;maltrata; aqueles que pedem o sacramento do perdão deve abster-se de confessar, advertiu nesta quarta-feira (20/11) o papa Francisco, que também fez um apelo em defesa da família rural. Diante de mais de 35 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a audiência semanal do Santo Pontífice, Francisco pediu orações para as 18 pessoas mortas nas inundações na ilha italiana da Sardenha.
O papa, aparentemente recuperado da gripe que o obrigou a cancelar alguns compromissos na sexta-feira (15/11), expressou seu apoio à família rural, uma "experiência de solidariedade" que pode "bloquear alguns conflitos sociais", declarou. A ONU irá inaugurar em 22 de novembro o Ano Internacional da Família Rural, um elemento importante nos países do sul. Em um contexto de enorme êxodo rural entre os jovens, o Vaticano insiste fortemente na experiência de estruturação de comunidades rurais.
O papa voltou ao tema da misericórdia, que é o centro de suas mensagens, e insistiu que a confissão não deve ser vivida de forma traumática. "O serviço que o padre oferece da parte de Deus no sacramento da confissão é um serviço muito delicado, que exige um coração em paz, que não maltrate os fiéis, mas que se apresente como um amigo misericordioso e fiel", explicou.
"Para o sacerdote que não está neste estado de espírito, é preferível que, até que se corrija, não administre este sacramento", disse. "Os penitentes fiéis têm o direito de encontrar nos padres o perdão de Deus", insistiu. Os sacerdotes católicos devem conceder o perdão de Deus, mas este sacramento é cada vez menos praticado. A percepção geral de um sacerdote que julga severamente, não escuta e que infunde medo, ajudou a afastar muitos fiéis deste sacramento da Igreja.