Agência France-Presse
postado em 21/11/2013 15:07
Lima - O ex-presidente Alberto Fujimori alegou nesta quinta-feira (21/11) estar sendo submetido a um tratamento cruel e desumano na prisão, durante o julgamento que analisa a acusação de financiamento com fundos públicos a jornais sensacionalistas que desprestigiavam os opositores ao seu governo (1990-2000)."Trata-se de um tratamento cruel e desumano e lesivo a minha integridade física e moral; minha integridade física está afetada, a qualquer momento a minha pressão arterial dispara", declarou Fujimori, que é hipertenso, ante o tribunal formado por três juízas.
Fujimori, de 65 anos, afirmou que está incomunicável por telefone e que teve suas visitas restritas há oito dias na prisão policial onde cumpre 25 anos de prisão por violação de direitos humanos, corrupção e sequestro agravado.
[SAIBAMAIS]No último sábado, o Instituto Nacional Penitenciário (INPE) retirou um telefone público ao qual Fujimori tinha acesso como medida disciplinar depois que, sem autorização, deu duas entrevistas por telefone a meios de comunicação locais, o que é proibido a todos os internos, declarou o INPE.
O ex-presidente sustentou que, por esta falta de comunicação, encontra-se "emocionalmente abalado" para enfrentar o processo e que esta situação restringe seu direito à defesa.
O chefe do INPE, José Luis Pérez Guadalupe, declarou na quarta-feira que se Fujimori seguir com sua atitude de não acatar as normas, pode ser transferido de prisão.
Declarou ainda que o ex-presidente atua em "franca rebeldia" porque, depois de ter concedido uma primeira entrevista a uma rádio, assinou uma ata de compromisso concordando em telefonar apenas para seu advogado e familiares, tendo os meios de comunicação vetados, mas depois contactou uma rede de televisão.
Outros presos, como Vladimiro Montesinos, ex-assessor de Fujimori, que completa 25 anos de prisão por violação de direitos humanos, e Abimael Guzmán, em prisão perpétua por terrorismo, estão impedidos de utilizar o telefone.