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Acordo de associação da Ucrânia com a União Europeia é arquivado

A UE expressou decepção após a renuncia da Ucrânia, reiterando sua convicção de que o futuro do país "passa por uma relação forte com a UE"

Agência France-Presse
postado em 21/11/2013 17:55
O acordo de associação proposto pela União Europeia à Ucrânia foi arquivado nesta quinta-feira (21/11), uma semana antes de sua assinatura programada e aguardada, tendo Kiev preferido "reviver suas relações econômicas com a Rússia".

"O acordo não será assinado em Vilnius (...) Nossa missão foi concluída", declarou o ex-presidente polonês Aleksander Kwasniewski, enviado da UE que se reuniu na capital ucraniana com o ex-presidente do Parlamento Europeu, Pat Cox, em uma última tentativa de resolver a situação.



A União Europeia expressou decepção após a renuncia da Ucrânia, reiterando sua convicção de que o futuro do país "passa por uma relação forte com a UE".

"É uma decepção, não apenas para a UE, mas, acreditamos, para todo o povo ucraniano", indicou em um comunicado a representante da UE para os assuntos estrangeiros, Catherine Ashton.

Mais cedo, o primeiro-ministro ucraniano Mykola Azarov assinou um decreto para "suspender o processo de preparação do Acordo de Associação entre a Ucrânia e a UE", terminando assim com as esperanças do país assinar o documento.

Esta decisão inesperada de Kiev, um verdadeiro golpe para a UE e uma vitória para a diplomacia russa, foi tomada para "garantir a segurança nacional, relançar as relações econômicas com a Rússia e preparar as relações em pé de igualdade com a União Europeia", assegurou Azarov, que encontrou no dia anterior o seu colega russo, Dmitry Medvedev.

Kwasniewski explicou que a decisão de Kiev por "uma pressão brutal de Moscou, tanto econômica quanto pelos meios de comunicação", conduziu à paralisação quase total das exportações ucranianas para a Rússia, enquanto que "os fundos estatais ucranianos estão vazios".

"Esta é uma grande batalha geopolítica, uma batalha para o futuro do continente europeu", disse ele.

O ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, criticou a decisão da Ucrânia.

"O governo ucraniano se inclina diante do Kremlin. Claramente, a política de pressão brutal funciona", escreveu ele no Twitter.

"A economia da Ucrânia está em declínio. Afastar-se das reformas da UE para se aproximar da Rússia dificilmente pode ajudar. Isso mata as perspectivas para investimentos estrangeiros diretos", acrescentou.

Dalia Grybauskaite, presidente da Lituânia, que ocupa a presidência rotativa da União Europeia, disse que "a ruptura nas relações (entre a UE e a Ucrânia) pode durar muito tempo", em uma entrevista à AFP.

A líder da oposição ucraniana, Arseniy Yatsenyuk, acusou de "alta traição" o presidente Viktor Yanukovych e exigiu sua renúncia.

Os líderes da oposição convocaram uma manifestação em Kiev, no domingo.

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