Agência France-Presse
postado em 22/11/2013 10:37
Bangui - A presidência centro-africana insistiu nesta sexta-feira (22/11) que está negociando com o chefe rebelde ugandês Joseph Kony, procurado há anos por crimes contra a humanidade e que estaria na República Centro-Africana, para que saia da clandestinidade. A República Centro-Africana acredita que Kony, chefe do Exército de Resistência do Senhor (LRA, em inglês), encontra-se em seu território e sustenta que negocia com ele para ajudar as mulheres e as crianças que vivem com os combatentes em uma região isolada centro-africana.[SAIBAMAIS]Os Estados Unidos expressaram na quinta-feira sérias dúvidas sobre estas afirmações, mas o porta-voz da presidência centro-africana, Guy-Simplice Kodegue, reafirmou nesta sexta-feira que o presidente do país, Michel Djotodia, estava em contato com Joseph Kony e que ocorrem negociações. Junto com o chefe rebelde e seus combatentes "há crianças, mulheres e idosos que são apátridas, o que leva as autoridades centro-africanas, com o chefe do Estado na liderança, a considerar uma fase de negociação" com o objetivo de ajudá-los, afirmou Kodegue.
No entanto, Djotodia "convoca a comunidade internacional a se ocupar dessa situação, porque a República Centro-Africana já tem muitos problemas. O Estado não tem meios para enfrentar seus próprios problemas ou para acrescentar outros, e as acusações que pesam sobre Joseph Kony são graves", ressaltou o porta-voz. O Exército ugandês, apoiado por uma centena de soldados americanos, busca desde 2008 Joseph Kony no âmbito de uma operação da União Africana (UA) que conta com 3.000 homens. Washington ofereceu cinco milhões de dólares por sua captura. O Tribunal Penal Internacional (TPI) o acusa de crimes contra a humanidade, crimes de guerra, assassinatos, estupros, escravização e recrutamento de menores.