Agência France-Presse
postado em 23/11/2013 09:31
Varsóvia - As negociações climáticas das Nações Unidas se arrastam e patinam neste sábado (23/11) em Varsóvia, onde os delegados de mais de 190 países devem forjar um ambicioso acordo climático a ser firmado em dezembro de 2015, em Paris.
"Eu peço para que reflitam seriamente o que significaria a não conclusão dos trabalhos de Varsóvia", declarou o ministro polonês do Meio Ambiente, Marcin Korolec, que preside a conferência.
Ele se dirigiu aos delegados reunidos em sessão plenária nesta manhã após uma longa madrugada de negociações.
Essas negociações, que inciaram em 11 de novembro, devia terminar oficialmente na sexta-feira, mas é comum que se estendam por mais um ou dois dias.
As negociações anuais se destinam a preparar o terreno para um acordo histórico a ser firmado no final de 2015, visando a evitar o caos climático.
Este acordo centrado nas reduções das emissões dos gases do efeito estufa, que entraria em vigor em 2020, deve permitir limitar o aquecimento a 2;C em relação a era pré-industrial.
Se as tendências atuais de emissões se mantiverem, os cientistas advertem que a Terra pode esquentar 4;C, ou mais, uma condição para a ocorrência de tempestades catastróficas, secas, inundações e elevações do nível do mar que afetariam os países pobres de forma desproporcionalmente dura.
"Eu peço para que reflitam seriamente o que significaria a não conclusão dos trabalhos de Varsóvia", declarou o ministro polonês do Meio Ambiente, Marcin Korolec, que preside a conferência.
Ele se dirigiu aos delegados reunidos em sessão plenária nesta manhã após uma longa madrugada de negociações.
Essas negociações, que inciaram em 11 de novembro, devia terminar oficialmente na sexta-feira, mas é comum que se estendam por mais um ou dois dias.
As negociações anuais se destinam a preparar o terreno para um acordo histórico a ser firmado no final de 2015, visando a evitar o caos climático.
Este acordo centrado nas reduções das emissões dos gases do efeito estufa, que entraria em vigor em 2020, deve permitir limitar o aquecimento a 2;C em relação a era pré-industrial.
Se as tendências atuais de emissões se mantiverem, os cientistas advertem que a Terra pode esquentar 4;C, ou mais, uma condição para a ocorrência de tempestades catastróficas, secas, inundações e elevações do nível do mar que afetariam os países pobres de forma desproporcionalmente dura.
Todos os países do mundo devem se comprometer, incluindo os dois principais poluidores: Estados Unidos e China.
Segundo os delegados, os países continuam profundamente divididos sobre a distribuição de limites de emissões e sobre o financiamento aos países pobres, mais vulneráveis aos efeitos adversos do clima.
Os países do Sul, levantaram o tom nesta plenária, rejeitando o texto de compromisso proposto durante a madrugada.
"Estamos frustrados com a maneira como as coisas têm evoluído", declarou o representando do G77 (grupo dos países em desenvolvimento) e a China.
"Esta conferência deveria ser a conferência das finanças", declarou à AFP o negociador de Bangladesh, Qamrul Chowdhury. "Mas tudo o que nós temos são migalhas", acrescentou.
Segundo Emmanuel Guerin, da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável, um grande ponto de paralisia seria a demanda de alguns países em desenvolvimento por garantias de contenções de emissões menos onerosas em comparação com as dos países ricos.
Esses países, que incluem os gigantes asiáticos China e Índia, pedem uma garantia clara neste ponto antes de endossar uma proposta americano-europeia para um mapa que conduza a um acordo em 2015.
"Eles querem que os países ricos cumpram suas promessas", o que inclui, conforme decidido em Copenhague (COP-15), elevar a ajuda climática para US$ 100 bilhões em 2020, começando com US$ 10 bilhões ao ano no período 2010-12 para os países mais vulneráveis.
Nicarágua, em nome do G77 e da China, pediu que os países desenvolvidos se comprometam com um objetivo intermediário de 70 bilhões de dólares.
A União Europeia pediu, por sua vez, flexibilidade.
Sobre todos os temas em discussão, "nós sabemos que nem tudo é como gostaríamos, mas queremos acreditar que fizemos progressos, e esperamos que outros nos sigam e se comprometam como nós", declarou a representante da UE.
Segundo a UE, o texto sobre as finanças "está próximo" do único compromisso possível. Os Estados Unidos também manifestaram sua disposição em "aceitar o texto como está", mas alertou que, se as negociações forem reabertas, introduzirão novas exigências.
Além disso, a UE deseja um tipo de mapa para a conferência de Paris, e demandava, assim como os Estados Unidos, para que os diversos compromissos fossem apresentados com bastante antecedência antes da conferência de Paris para poder avaliá-los.
Mas, segundo a comissária para o Clima da UE, Connie Hedegaard, existe "ainda o grupo dos ;LMDC; (like-minded developing countries - países em desenvolvimento com a mesma óptica), que pensa diferente".
Este grupo formado por uma dezena de países e inclui China, Índia, Paquistão, Malásia, Filipinas, Arábia Saudita e Venezuela, "quer reinstalar a linha de divisória" entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos. "Isto é inaceitável", acrescentou.
Estes países desejam, antes de qualquer coisa, que o texto final diga claramente que os países desenvolvidos e os em desenvolvimento serão tratados de forma diferente no acordo a ser firmado em 2015.
Este ponto é rejeitado pela UE e os Estados Unidos, que consideram que os grandes emergentes não podem mais se esconder atrás desta linha de divisão que data dos anos 1990.
Segundo os delegados, os países continuam profundamente divididos sobre a distribuição de limites de emissões e sobre o financiamento aos países pobres, mais vulneráveis aos efeitos adversos do clima.
Os países do Sul, levantaram o tom nesta plenária, rejeitando o texto de compromisso proposto durante a madrugada.
"Estamos frustrados com a maneira como as coisas têm evoluído", declarou o representando do G77 (grupo dos países em desenvolvimento) e a China.
"Esta conferência deveria ser a conferência das finanças", declarou à AFP o negociador de Bangladesh, Qamrul Chowdhury. "Mas tudo o que nós temos são migalhas", acrescentou.
Segundo Emmanuel Guerin, da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável, um grande ponto de paralisia seria a demanda de alguns países em desenvolvimento por garantias de contenções de emissões menos onerosas em comparação com as dos países ricos.
Esses países, que incluem os gigantes asiáticos China e Índia, pedem uma garantia clara neste ponto antes de endossar uma proposta americano-europeia para um mapa que conduza a um acordo em 2015.
"Eles querem que os países ricos cumpram suas promessas", o que inclui, conforme decidido em Copenhague (COP-15), elevar a ajuda climática para US$ 100 bilhões em 2020, começando com US$ 10 bilhões ao ano no período 2010-12 para os países mais vulneráveis.
Nicarágua, em nome do G77 e da China, pediu que os países desenvolvidos se comprometam com um objetivo intermediário de 70 bilhões de dólares.
A União Europeia pediu, por sua vez, flexibilidade.
Sobre todos os temas em discussão, "nós sabemos que nem tudo é como gostaríamos, mas queremos acreditar que fizemos progressos, e esperamos que outros nos sigam e se comprometam como nós", declarou a representante da UE.
Segundo a UE, o texto sobre as finanças "está próximo" do único compromisso possível. Os Estados Unidos também manifestaram sua disposição em "aceitar o texto como está", mas alertou que, se as negociações forem reabertas, introduzirão novas exigências.
Além disso, a UE deseja um tipo de mapa para a conferência de Paris, e demandava, assim como os Estados Unidos, para que os diversos compromissos fossem apresentados com bastante antecedência antes da conferência de Paris para poder avaliá-los.
Mas, segundo a comissária para o Clima da UE, Connie Hedegaard, existe "ainda o grupo dos ;LMDC; (like-minded developing countries - países em desenvolvimento com a mesma óptica), que pensa diferente".
Este grupo formado por uma dezena de países e inclui China, Índia, Paquistão, Malásia, Filipinas, Arábia Saudita e Venezuela, "quer reinstalar a linha de divisória" entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos. "Isto é inaceitável", acrescentou.
Estes países desejam, antes de qualquer coisa, que o texto final diga claramente que os países desenvolvidos e os em desenvolvimento serão tratados de forma diferente no acordo a ser firmado em 2015.
Este ponto é rejeitado pela UE e os Estados Unidos, que consideram que os grandes emergentes não podem mais se esconder atrás desta linha de divisão que data dos anos 1990.