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Ativistas do Greenpeace poderão deixar a Rússia após conclusão de processos

O chefe da administração presidencial russa reiterou que Moscou não reconhece a competência do Tribunal Internacional de Direito Marítimo no litígio em questão.

Agência France-Presse
postado em 23/11/2013 11:52
Moscou - Os membros da tripulação do navio do Greenpeace apreendido em setembro no Ártico russo e que deixaram a prisão nos últimos dias poderão deixar a Rússia uma vez que todos processos judiciais sejam concluídos, indicou neste sábado (23/11) o chefe da administração presidencial russa.

"Uma vez que os problemas (jurídicos) sobre a maneira como eles poderão deixar a Rússia forem resolvidos, acredito que eles poderão deixar (o território russo), ninguém os deterá", declarou Sergei Ivanov, citando a ausência de vistos russos para os ativistas estrangeiros, de acordo com a agência de notícias RIA Novosti.

O Tribunal Internacional do Direito Marítimo, órgão das Nações Unidas competente para resolver disputas marítimas internacionais que foi acionado pela Holanda - o navio Arctic Sunrise navegava sob a bandeira holandesa - pediu na sexta-feira às autoridades russas para que autorizasse "todas as pessoas que foram detidas (...) a deixar o território e as zonas marítimas sob sua jurisdição".

O chefe da administração presidencial russa reiterou que Moscou, que boicotou o processo desta jurisdição, não reconhece a competência deste tribunal no litígio em questão.

A Rússia não irá reagir "de nenhuma maneira. Não temos a intenção de participar desde processo", acrescentou Ivanov.

Os ativistas estrangeiros, que deixaram seu centro de detenção em São Petersburgo (noroeste) após o pagamento de uma fiança fixada em 2 milhões de rublos (45.000 euros), não podem deixar o território russo, segundo a decisão dos tribunais que analisaram os casos, indicou na sexta-feira à AFP o diretor executivo do Greenpeace, Kumi Naidoo.

Os 30 membros da tripulação presos em setembro, depois de uma ação contra uma plataforma de petróleo da Gazprom no Ártico, foram acusados de pirataria e, ao final de outubro, de vandalismo. Não está claro se a primeira acusação, que pode ser punida com até 15 anos de prisão, será retirada, enquanto a segunda pode levar a uma pena de até sete anos de detenção.

Quase todos os 30 ativistas deixaram a prisão, menos o australiano Colin Russell, que teve sua prisão preventiva prorrogada por mais três meses, até 24 de fevereiro.

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