Renata Tranches
postado em 24/11/2013 07:00
Com uma configuração partidária inédita, Honduras escolhe o novo presidente hoje, em uma eleição que pode significar o retorno de Manuel Zelaya ao centro do poder, quatro anos depois de ter sido destituído. Sua mulher, Xiomara Castro, está no páreo como uma das favoritas, em uma campanha na qual a imagem de Zelaya foi onipresente. As últimas pesquisas registraram empate técnico entre ela e o candidato governista, Juan Orlando Hernández. Para especialistas ouvidos pelo Correio, a lisura no processo de votação e apuração será determinante para o futuro presidente, que terá nas mãos um país com a situação social e econômica deteriorada pela crise política de 2009;2011.
Xiomara e Zelaya fincaram no cenário político hondurenho as raízes do Partido Liberdade e Refundação (Libre), uma terceira via que ameaça quebrar o bipartidarismo vigente nos últimos 200 anos. Tradicionalmente, alternam no poder em Honduras o Partido Nacional, de Hernández, e o Partido Liberal, representado neste ano pelo candidato Mauricio Villeda.
Fundado em 2011 por Zelaya, originalmente um liberal, o Libre se impôs com grandes chances de sair vitorioso já na primeira disputa presidencial, que terá mais seis candidatos de partidos menores. ;É um cenário completamente diferente dos anteriores;, afirmou o professor salvadorenho José Miguel Cruz, especialista em América Central da Florida International University (EUA). Cruz destaca que o jogo político está ainda mais complicado, em um momento em que o país enfrenta sérios problemas, como os altos índices de violência. ;É uma situação muito perigosa, e o país está quase em colapso.;
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