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Combates perto de Damasco deixam ao menos 106 mortos em dois dias

A batalha começou na sexta-feira quando centenas de rebeldes e jihadistas atacaram barreiras e posições do regime em pelo menos cinco áreas de Ghouta

Agência France-Presse
postado em 24/11/2013 09:39

Beirute, 24 novembro 2013 (AFP) - Pelo menos 160 rebeldes e combatentes leais ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad foram mortos em dois dias de violentos combates em Ghouta Oriental, a leste de Damasco, considerado o mais importante reduto da rebelião, informou uma ONG neste domingo (24/11).

Diante das recentes vitórias do Exército na província de Damasco, que bloquearam o fornecimento aos rebeldes nos distritos do sul da capital, os insurgentes tentam defender seu principal reduto no leste da capital para "romper com o cerco imposto pelo Exército na região" há meses, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

A batalha começou na sexta-feira quando centenas de rebeldes e jihadistas atacaram barreiras e posições do regime em pelo menos cinco áreas de Ghouta.

Durante os combates, pelo menos 55 rebeldes sírios, incluindo sete comandantes de batalhão, e 41 jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e do Levante (EIIL) e da Frente Al-Nosra, em sua maioria combatentes estrangeiros, foram mortos, de acordo com o OSDH, que se baseia em uma ampla rede de fontes civis, médicas e militares.

Do lado oposto, 36 soldados, 20 milicianos xiitas iraquianos das brigadas Abu Fadl al-Abbas e oito membros da Defesa Nacional, uma milícia pró-regime, foram mortos nos confrontos, aos quais o poderoso movimento xiita libanês do Hezbollah também participa.

Além disso, cinco jornalistas-cidadãos, entre eles três que combatem ao lado dos rebeldes, foram mortos enquanto cobriam a batalha.

Ghouta Oriental é uma região a leste de Damasco, onde ocorreu em 21 de agosto um ataque químico que causou centenas de mortes e que tem sido atribuído às forças de Bashar al-Assad.

Esta região está cercada e é bombardeada há meses por tropas do governo.

A oposição denuncia uma situação humanitária catastrófica para as pessoas presas nesta área. Os alimentos, especialmente leite e pão, chegam aos poucos e em quantidades insuficientes, de acordo com OSDH.

Após ter retomado recentemente o controle de uma série de regiões ao sul da capital, o Exército de Assad se concentra em Ghouta, mas especialmente em Qalamoun, uma área estratégica ao norte de Damasco que faz fronteira com o Líbano.

Na terça-feira, o Exército tomou o controle de Qara e a disputa continua por Yabroud e Deir Attiya.

A reconquista da região de Qalamoun pelas tropas do regime bloqueou o fornecimento de alimentos aos rebeldes e impediu a entrada de insurgentes a partir do Líbano.

A guerra na Síria, que já causou a morte de mais de 120.000 pessoas em mais de dois anos e meio, não dá sinais de trégua, enquanto as negociações para preparar uma conferência de paz em Genebra se arrastam.

Iniciada em março de 2011, a revolta, inicialmente pacífica, se transformou em uma insurreição armada, após o regime reprimir violentamente os manifestantes.

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