Agência France-Presse
postado em 24/11/2013 16:21
Dubai - As monarquias árabes do Golfo, que se sentem abandonadas pelo aliado Estados Unidos, desejam manter boas relações com o Irã, mas temem que o acordo sobre seu programa nuclear alimente aquele país em suas ambições regionais, segundo analistas.
Os Emirados Árabes foram o primeiro país do Golfo a reagir ao acordo provisório concluído neste domingo em Genebra entre as grandes potências e o Irã, manifestando esperança de que o pacto "contribua para a estabilidade da região".
As monarquias do Golfo nunca esconderam sua desconfiança em relação ao vizinho.
"Como princípio, os países do Golfo desejam manter boas relações com o Irã", diz o analista saudita Jamal Khashoggi. "Mas o acordo reduziu o problema com o Irã à esfera nuclear, quando suas interferências na região representam uma preocupação fundamental para estas nações."
Segundo o analista, os países do Golfo "temem que o Irã considere o acordo um alicerce para ter as mãos livres na região", onde autoridades iranianas são acusadas de apoiar militarmente o regime do presidente sírio, Bashar al-Asad, e alimentar a instabilidade no Barein e Iêmen através das comunidades xiitas naqueles países.
O presidente americano, Barack Obama, tentou tranquilizar os aliados. "A determinação dos Estados Unidos continuará sendo firme, assim como nosso compromisso com nossos amigos e aliados, especialmente Israel e nossos parceiros do Golfo, que têm boas razões para serem céticos em relação às intenções do Irã."
O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo de "erro histórico", e afirmou que seu país tem o "direito de se defender".
Os países árabes do Golfo e Israel não compartilham a mesma posição sobre o Irã, destaca Khashoggi, para quem "o principal problema do Estado hebreu é o programa nuclear".
Acordo ;insuficiente;
Segundo o analista saudita Anuar Eshki, chefe do Instituto do Oriente Médio para Estudos Estratégicos, o acordo "não é negativo, mas é insuficiente".
A república islâmica aceitará limitar seu programa nuclear em troca do abrandamento das sanções econômicas e comerciais que enfrenta, abrindo um novo período de conversações sobre o tema por seis meses.
"Estamos preocupados", diz o analista, assinalando que a redução das sanções equivale a 7 bilhões de dólares. "É necessário saber se este dinheiro será usado pelo regime iraniano para servir a seu povo, ou para alimentar a crise na região", adverte.
Eshki enumera as queixas dos países do Golfo sobre seu vizinho xiita, "que provoca tensões religiosas entre sunitas e xiitas, alimenta as crises no mundo árabe, em Síria, Líbano e Iêmen", e enfrenta um conflito territorial com os Emirados Árabes.
A desconfiança dos países do Golfo é alimentada pelo sentimento de que seu aliado e protetor tradicional, os Estados Unidos, abandonou-os.
Os Emirados Árabes foram o primeiro país do Golfo a reagir ao acordo provisório concluído neste domingo em Genebra entre as grandes potências e o Irã, manifestando esperança de que o pacto "contribua para a estabilidade da região".
As monarquias do Golfo nunca esconderam sua desconfiança em relação ao vizinho.
"Como princípio, os países do Golfo desejam manter boas relações com o Irã", diz o analista saudita Jamal Khashoggi. "Mas o acordo reduziu o problema com o Irã à esfera nuclear, quando suas interferências na região representam uma preocupação fundamental para estas nações."
Segundo o analista, os países do Golfo "temem que o Irã considere o acordo um alicerce para ter as mãos livres na região", onde autoridades iranianas são acusadas de apoiar militarmente o regime do presidente sírio, Bashar al-Asad, e alimentar a instabilidade no Barein e Iêmen através das comunidades xiitas naqueles países.
O presidente americano, Barack Obama, tentou tranquilizar os aliados. "A determinação dos Estados Unidos continuará sendo firme, assim como nosso compromisso com nossos amigos e aliados, especialmente Israel e nossos parceiros do Golfo, que têm boas razões para serem céticos em relação às intenções do Irã."
O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo de "erro histórico", e afirmou que seu país tem o "direito de se defender".
Os países árabes do Golfo e Israel não compartilham a mesma posição sobre o Irã, destaca Khashoggi, para quem "o principal problema do Estado hebreu é o programa nuclear".
Acordo ;insuficiente;
Segundo o analista saudita Anuar Eshki, chefe do Instituto do Oriente Médio para Estudos Estratégicos, o acordo "não é negativo, mas é insuficiente".
A república islâmica aceitará limitar seu programa nuclear em troca do abrandamento das sanções econômicas e comerciais que enfrenta, abrindo um novo período de conversações sobre o tema por seis meses.
"Estamos preocupados", diz o analista, assinalando que a redução das sanções equivale a 7 bilhões de dólares. "É necessário saber se este dinheiro será usado pelo regime iraniano para servir a seu povo, ou para alimentar a crise na região", adverte.
Eshki enumera as queixas dos países do Golfo sobre seu vizinho xiita, "que provoca tensões religiosas entre sunitas e xiitas, alimenta as crises no mundo árabe, em Síria, Líbano e Iêmen", e enfrenta um conflito territorial com os Emirados Árabes.
A desconfiança dos países do Golfo é alimentada pelo sentimento de que seu aliado e protetor tradicional, os Estados Unidos, abandonou-os.
A Arábia Saudita, líder das monarquias do Golfo e principal apoio da oposição síria, reprovou o governo Obama, que teria renunciado a uma ofensiva contra o regime sírio em setembro, apesar da morte de centenas de civis em um ataque com armas químicas perto de Damasco.
Autoridades dos países do Golfo têm a impressão de que o governo Obama "já não está interessado nos problemas do Oriente Médio", avalia Khashoggi.
Este afastamento americano da região petroleira acontece no momento em que se espera que os Estados Unidos se convertam no maior produtor mundial de petróleo a partir de 2015.
Autoridades dos países do Golfo têm a impressão de que o governo Obama "já não está interessado nos problemas do Oriente Médio", avalia Khashoggi.
Este afastamento americano da região petroleira acontece no momento em que se espera que os Estados Unidos se convertam no maior produtor mundial de petróleo a partir de 2015.