Agência France-Presse
postado em 25/11/2013 09:24
Bangcoc - Centenas de manifestantes da oposição, exigindo a renúncia do governo, entraram nesta segunda-feira (25/11) no ministério das Finanças tailandês, em Bangcoc, e o líder da iniciativa convocoua "a ocupação de todos os ministérios". Os manifestantes entraram no prédio, sem causar danos. "É a última fase da desobediência civil. Se os funcionários não pararem seu trabalho, amanhã vamos tomar todos os ministérios", declarou Suthep Thaugsuban, um dos líderes do Partido Democrático, principal formação da oposição.Antes de entrar no ministério, Suthep disse que o objetivo é "mostrar que o sistema de Thaksin não tem legitimidade para governar o país", referindo-se ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que apesar de ter sido exilado continua a ser um dos protagonistas da política no reino. Sua irmã Yingluck é a atual chefe de Governo.
Segundo a polícia, mais de 30 mil opositores de Yingluck Shinawatra participaram em passeatas nesta segunda-feira (25) em vários locais, incluindo delegacias de polícia, quartéis do exército e emissoras de televisão. Com gritos de "Fora Thaksin, o exército está conosco", alguns manifestantes pediram a intervenção militar em um país que viveu 18 golpes de Estado desde o estabelecimento da monarquia constitucional em 1932. Um deles, em 2006, derrubou Thaksin.
No entanto, a primeira-ministra descartou a possibilidade de renúncia. Questionada por jornalistas se iria renunciar ou dissolver o Parlamento, respondeu com um lacônico "não". A última grande crise política ocorreu em 2010, quando 100 mil partidários de Thaksin ocuparam o centro de Bangcoc durante dois meses para exigir a saída do governo da época.
Finalmente, os manifestantes foram expulsos com uma intervenção militar sangrenta, que terminou com um saldo de 90 mortos. A crise expôs as profundas divisões entre as massas rurais e urbanas desfavorecidas do norte, partidárias de Thaksin, e as elites de Bangcoc, que odeiam o ex-primeiro-ministro. A divisão ainda está presente no país, como evidenciado pela mobilização paralela dos partidários de Thaksin, que saíram às ruas no domingo para apoiar o atual governo.