Agência France-Presse
postado em 25/11/2013 15:00
Londres - O homem e a mulher que supostamente escravizaram três mulheres durante 30 anos em Londres foram líderes maoístas nos anos 70, segundo a imprensa britânica nesta segunda-feira (25/11).A Scotland Yard não quis comentar o passado político do casal, mas disse anteriormente que duas das vítimas conheceram o homem suspeito "mediante uma ideologia política compartilhada".
Além disso, a polícia disse que o casal foi preso nos anos 70, mas sem precisar o motivo ou suas identidades.
O casal, formado pelo indiano Aravindan Balakrishnan e sua esposa tanzaniana Chanda, foi detido na quinta-feira passada, dentro de uma investigação que libertou as três escravas.
[SAIBAMAIS]Um site sobre a história das organizações marxistas afirma que Balakrishnan, de 73 anos, foi um alto membro do Partido Comunista da Inglaterra (marxista-leninista), mas foi suspenso em 1974 por "atividades conspiratórias e divisoras".
Também explica que Balakrishnan, o "Companheiro Bala", foi detido em 1978 com sua mulher quando a polícia tentou fechar um centro maoísta no bairro londrino de Brixton, sul.
As três mulheres - uma malaia de 69 anos, uma irlandesa de 57 e uma britânica de 30, libertadas em 25 de outubro -, foram espancadas e sofreram lavagem cerebral, segundo declarou a polícia britânica.
O comandante da polícia Steve Rodhouse disse que estavam tentando determinar exatamente quais algemas invisíveis mantiveram as mulheres controladas durante três décadas.
"O que descobrimos até agora é uma situação complicada e perturbadora de controle emocional durante muitos anos", explicou à imprensa. ";Lavagem cerebral; seria uma palavra fácil, mas acredito que minimiza os anos de abusos emocionais que as vítimas sofreram".
A polícia não informou como elas ficaram presas em três décadas de servidão, mas apenas como deram um basta à situação: telefonando para a organização não governamental Freedom Charity, que combate a escravidão e os casamentos forçados, depois de assistirem a um documentário sobre suas atividades.
A polícia afirma que as mulheres tinham algum tipo de liberdade limitada, o que permite pensar que saíam de vez em quando às ruas, embora as tenha descrito como "isoladas do mundo exterior"; não acredita que tenham sido submetidas a abusos sexuais, mas possivelmente físicos. Sua situação as traumatizou.
Os jornais de hoje também contaram que a mais jovem das três mulheres chegou a mandar 500 mensagens de amor para um vizinho, se descrevendo como "uma mosca presa numa teia de aranha".
A mulher, identificada pelo jornal The Sun como Rosie, suplicou ajuda nas mensagens, mas aconselhou que o destinatário não enfrentasse pessoalmente seus captores "loucos e diabólicos".