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Protestos contra o governo da Tailândia paralisam ministérios nesta terça

Manifestantes exigem a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra

Agência France-Presse
postado em 26/11/2013 10:36
Bangcoc - Os manifestantes tailandeses bloquearam novos ministérios e intensificaram nesta terça-feira (26/11) a pressão para exigir a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, que enfrenta uma moção de censura no Parlamento. Dezenas de milhares de pessoas protestam desde domingo contra a chefe de Governo, acusada de corrupção, e contra seu irmão Thaksin, ex-premier que foi derrubado por um golpe de Estado em 2006, atualmente exilado, mas que permanece no centro do debate político no país.

Quase 1.500 manifestantes cercaram nesta terça-feira o ministério do Interior, que era protegido por centenas de policiais

O movimento mais importante desde a crise de 2010, que preocupou a comunidade internacional, superou um novo limite na segunda-feira, quando os manifestantes entraram nos ministérios das Finanças e das Relações Exteriores. Os participantes nos protestos abandonaram a sede da chancelaria nesta terça-feira, mas o prédio do ministério das Finanças permanecia ocupado por militantes liderados por Suthep Thaugsuban, dirigente do Partido Democrata, o principal da oposição.

[SAIBAMAIS]Quase 1.500 manifestantes cercaram nesta terça-feira o ministério do Interior, que era protegido por centenas de policiais. Em meio aos assovios, que viraram um sinal característico das manifestações, deram um prazo para que os funcionários deixassem o local. Mais três ministérios - Transportes, Turismo e Esportes, Agricultura - estão "cercados", pelos manifestantes, segundo o ministro dos Esportes, Somsak Pureesrisak. "Pediram a todos os funcionários que deixassem seus postos e nós devemos partir porque vão cortar a água e a energia elétrica", disse.

Ao mesmo tempo, o debate sobre a moção de censura teve início nesta terça-feira, mas o governo espera superar o obstáculo, já que o partido Puea Thai conta com ampla maioria. "Todos devem obedecer a lei e não utilizar a lei da rua para ofuscar o Estado de direito", destacou Yingluck Shinawatra ao chegar ao Parlamento.



A presença policial foi reforçada desde que foi ampliada na segunda-feira à noite por toda Bangcoc uma lei de segurança especial que permite impor um toque de recolher ou proibir os comícios. Mas a medida não afastou os manifestantes. Durante uma entrevista coletiva no ministério das Finanças ocupado, prometeram uma "grande ação" na quarta-feira. "Ocupamos o ministério das Finanças de forma não violenta e pacífica, nossos partidários em todo o país podem fazer o mesmo e ocupar todos os edifícios governamentais", declarou Akanat Promphan, falando em nome de Suthep, que perdeu a voz depois dos discursos de segunda-feira.

A revolta da oposição foi provocada por uma lei de anistia, especialmente redigida segundo os opositores para permitir que Thaksin escape de uma condenação de dois anos de prisão por fraude. O texto foi rejeitado pelo Senado, mas isto não acalmou os manifestantes. Thaksin continua sendo a personalidade mais amada e mais odiada do país, dividindo a sociedade entre as massas rurais e urbanas pobres do norte e nordeste, leais ao ex-premier, e as elites de Bangcoc, que o consideram uma ameaça para a monarquia.

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