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Protestos da oposição deixam ao menos sete mortos em Bangladesh

A polícia lançou gás lacrimogêneo e disparou balas de borracha, e por vezes com tiros de arma de fogo, contra as centenas de manifestantes que saíram às ruas

Agência France-Presse
postado em 26/11/2013 14:27
Dacca - Ao menos sete pessoas morreram durante as manifestações organizadas pela oposição em Bangladesh, que paralisaram a circulação em estradas e ferrovias, contra a decisão do governo de realizar eleições legislativas em 5 de janeiro. O Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP, por sua sigla em inglês) e seus aliados islamitas a uma greve geral de 48 horas para pedir a anulação desta data, anunciada segunda-feira (25/11).

Ativistas incendem banners e cartazes em rua durante protesto de âmbito nacional em Dacca
O BNP voltou a pedir a renúncia da primeira-ministra, Sheikh Hasina, e defender um governo encarregado de supervisionar as eleições, algo que a chefe de governo rejeita. A polícia respondeu lançando gás lacrimogêneo e disparando balas de borracha, e por vezes com tiros reais, contra as centenas de manifestantes que saíram às ruas nas cidades.

"Disparamos depois que fomos atacados por 500 manifestantes armados e que dispunham de pequenas bombas", declarou um oficial da polícia de Comilla (Leste), onde duas pessoas morreram, uma delas durante a noite, após a explosão de uma pequena bomba, segundo a polícia. Um líder do partido no poder foi espancado até a morte em Satkhira (Sul) por partidários do principal partido islâmico, Jamaat e Islami.



A polícia anunciou a morte de um manifestante a caminho do hospital em Sirajganj (norte), que se afogou enquanto tentava escapar das bombas de gás lacrimogêneo. A emissora ATN News indicou por sua vez que o manifestante foi morto após ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo.

A circulação de trens foi paralisada com a ação dos centenas de opositores, que retiraram trilhos, fizeram vagões sair das vias e atearam fogo em composições, indicou à AFP um diretor de transportes ferroviários de Bangladesh, Syed Zahur. Na capital, Dhaka, 8 mil agentes das forças paramilitares e policiais foram mobilizados para reforçar a segurança, segundo o porta-voz da polícia, Masudur Rahman.

Antes do anúncio da data das eleições, o BNP já havia advertido que a oposição "paralisaria o país" com greves e bloqueios das grandes metrópoles nacionais até que uma resposta fosse dada aos seus pedidos. O analista político Ataur Rahman, ex-professor de ciência política em Cingapura, considerou que as eleições não acontecerão com o boicote da BNP , à frente nas pesquisas. "O cronograma deve ser modificado para atender às demandas da oposição e ter eleições críveis", acrescentou .

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