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UE e OEA consideram eleições em Honduras transparentes e confiáveis

A UE credenciou 100 observadores para as eleições, enquanto a OEA destacou 82, alguns dos quais estiveram desde a convocação, em maio, e deram seguimento a todo o processo

Tegucigalpa - Os observadores da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) qualificaram nesta terça-feira como "transparentes" e "confiáveis" as eleições de domingo (24/11) em Honduras, nas quais saiu vencedor o candidato da situação (direita), Juan Orlando Hernández. "A votação e o resultado foram transparentes", avaliou Ulrike Lunacek, chefe da missão da UE, enquanto o líder da delegação da OEA, Enrique Correa, expressou que "existiram elementos que contribuíram para a transparência do processo que dão confiabilidade aos resultados".



[SAIBAMAIS]Ele também lamentou que "a campanha tenha sido opaca e desigual" pelo "uso de recursos públicos que não ajudam no orçamento (...) e o Partido Nacional (de Hernández) se beneficiou disto". Já Correa fez "um reconhecimento especial ao TSE, que mostrou seu compromisso em organizar uma eleição de forma profissional".

Ele também fez um apelo aos partidos e aos eleitores "para esperar pacientemente os dados da apuração (...) e respeitar os resultados oficiais", embora "tenham o direito de reivindicar inconsistências", se existissem, nas atas das mesas de votação, como denunciou o Libre. Centenas de estudantes bloquearam as ruas de Tegucigalpa nesta terça para proclamar a vitória de Xiomara Castro e rejeitar os resultados favoráveis a Juan Orlando Hernández, constatou a AFP.

"Xiomara presidenta", gritavam cerca de 400 manifestantes enquanto queimavam fotografias de Hernández, vigiados por centenas policiais de choque. "Estamos fartos de políticos ladrões, que fraudam as eleições; tudo vai continuar o mesmo (...), nós do Libre nos preocupamos com os pobres", disse à AFP José Luis, estudante de Informática da Universidade Nacional.

Zelaya, derrubado por uma aliança cívico-militar de direita no dia 28 de junho de 2009, reafirmou aos meios de comunicação que a contagem dos votos do TSE não corresponde à realidade e ameaçou defender a vitória de sua mulher "nas ruas" de Honduras se for necessário.