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EUA se prepara para as promoções de Ação de Graças e do 'Black Friday'

As grandes redes de distribuição não esperaram as datas e ofereceram promoções antecipadas, com a esperança de conquistar uma parcela dos 600 bilhões de dólares

Washington - Os Estados Unidos se preparam para as grandes promoções do fim de semana de Ação de Graças, cruciais para os comércios e uma economia norte-americana que depende, em grande parte, do consumo. Comemorado na quinta-feira (28/11) com um feriado, o dia de Ação de Graças será seguido pela "Black Friday", caracterizada por descontos monstruosos, multidões nas lojas e uma feroz guerra comercial.



"A Black Friday em si não é garantia de sucesso, mas é evidente que se você ficou para trás na Black Friday, será muito difícil preencher a lacuna", disse Michael Exstein, especialista em comércio varejista do Credit Suisse. Algumas cadeias apostam mais que seu prestígio. JC Penney, submersa em grandes dificuldades financeiras, lutará para conseguir boas vendas em suas 1.100 lojas e assim garantir sua sobrevivência, depois do fim de semana de Ação de Graças de 2012 não abrir suas portas e pagará as consequências.

Incertezas sobre o consumo

Para não atrapalhar a degustação da tradicional ceia nas reuniões familiares, muitas lojas abrirão durante a quinta-feira durante toda a noite. A rede Kmart, filial do grupo Sears, abrirá as portas de suas lojas na quinta-feira às 6h da manhã e não voltará a fechar em 41 horas. A JC Penney prevê deixar os compradores entrar às 18h e também funcionará durante toda a noite.

Com uma estratégia mais prolongada, o grupo de venda de equipamentos eletrônicos Best Buy se comprometeu a manter suas promoções até 25 de dezembro e reembolsará os clientes que comprarem artigos que sejam rebaixados ainda mais depois dessa datas. "Temos a obrigação de competir e é exatamente o que vamos fazer", declarou o diretor executivo da Best Buy, Hubert Joly.

Mas qualquer que seja a estratégia, todas as lojas terão a mesma incerteza: os norte-americanos estarão dispostos a abrir suas carteiras? As receitas estagnadas e as batalhas orçamentárias em Washington poderiam frear certos caprichos. Os consumidores "se darão a satisfação de comprar certos produtos", mas ao mesmo tempo reduzirão seus gastos em outros setores, alerta Chris Christopher, analista do gabinete IHS Global Insight.

Seu colega Michael Exstein é menos pessimista e considera que os consumidores comprarão não só o que precisam, mas também o que desejam. "Em geral, os consumidores se sentem um pouco melhor", afirma. Contudo as cifras econômicas ainda não refletem esta realidade: segundo um indicador da universidade de Michigan, a confiança dos consumidores norte-americanos caiu novamente em novembro, pelo quarto mês consecutivo.