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China afirma que "vigiou" voo de avião americanos em zona de defesa aérea

O ministério chinês havia determinado que qualquer aeronave que entrar na "zona de identificação" deve apresentar o plano de voo detalhado

Agência France-Presse
postado em 27/11/2013 08:17
Pequim - O governo da China anunciou nesta quarta-feira (27/11)que efetuou uma vigilância constante do voo de dois bombardeiros americanos B-52, que entraram em sua polêmica nova zona de defesa aérea sem informar a Pequim. Washington, provavelmente, quis transmitir a mensagem implícita de que não pretende ceder terreno a Pequim, nesta região Ásia-Pacífico onde pretende ampliar sua presença.

Caças Jian-10 da Força Aérea da China voam na a base aérea de Yangcun, em Tianjin
"O exército chinês vigiou em sua integralidade o processo (de voo dos B-52) e procedeu, em um prazo adequado, a identificação (das aeronaves) e estabeleceu de que tipos de aviões americanos se tratavam", afirmou o ministério chinês da Defesa em um comunicado. O texto, a primeira resposta oficial chinesa ao voo dos bombardeiros americanos, toma o cuidado de não culpar Washington de qualquer coisa. Ao mesmo tempo pretende resguardar as aparências.

"A China tem a capacidade de exercer um controle eficaz de seu espaço aéreo", ressaltou o ministério chinês da Defesa. Pequim decretou unilateralmente no sábado uma "zona de identificação aérea" sobre grande parte do Mar da China Oriental.

Disputa territorial interminável

Segundo o mapa da zona divulgado pelo ministério chinês, a área inclui o arquipélago das Senkaku, sob controle japonês e reivindicado por Pequim, que as chama de Diaoyu. Pequim e Tóquio disputam a soberania deste território, em um conflito interminável, marcado pelo aumento regular das tensões.

A Casa Branca lamentou o anúncio, considerado "incendiário". Na segunda-feira (25/11), Japão e China convocaram o embaixador do outro país em suas capitais. A Austrália anunciou por sua vez na terça-feira (26/11) a convocação do embaixador chinês para manifestar oposição à decisão de Pequim, cujas ambições marítimas inquietam a região Ásia-Pacífico.

[SAIBAMAIS]A ONU sugeriu na terça-feira (26) uma negociação entre a China e o Japão para encontrar uma solução para suas disputas territoriais. E Seul advertiu nesta quarta-feira (27)para o perigo de uma rápida degradação da situação de segurança nesta região da Ásia. Os aviões americanos, que não transportam qualquer tipo de armamento, decolaram na segunda-feira (25) da ilha de Guam no Pacífico. O voo estava previsto há meses e é parte de um exercício na região, segundo fontes americanas.



Um funcionário do Pentágono, que pediu para não ser identificado, confirmou à AFP que os dois aparelhos eram bombardeiros B-52, e que não encontraram aviões chineses durante o seu trajeto. A China exige que qualquer aeronave que entrar na "zona de identificação" deve apresentar o plano de voo detalhado, mostrar claramente a nacionalidade e manter as comunicações por rádio para "responder de maneira rápida e apropriada aos pedidos de identificação" das autoridades chinesas.

"Medidas de defesa de urgência"

Em caso de não cumprimento dessas regras, Pequim declarou que poderá adotar "medidas de defesa de urgência". As duas maiores companhias aéreas japonesas anunciaram nesta quarta-feira (27) que não têm a intenção de comunicar seus planos de voo às autoridades chinesas para passar pela zona, enquanto o Japão analisa a possibilidade de estender a sua própria área de identificação (ZAI) em resposta ao gesto de Pequim.

A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) decidiram em um primeiro momento respeitar a "zona aérea de identificação" (ZAI), mas o governo japonês afirmou que não tinham motivo para adotar a medida. "Depois da declaração do governo de que as companhias aéreas privadas não tinham motivo para submeter-se às instruções de Pequim, decidimos não aceitar mais as exigências", afirmou um porta-voz da JAL.

"A JAL parou de submeter seus planos de voo a partir de meia-noite", anunciou a empresa. All Nippon Airways (ANA) tomou exatamente a mesma decisão. A Associação de Companhias Aéreas do Japão informou ter recebido garantias da China de que os voos comerciais que passam pela ;ZAI; não serão impedidos. Nesta quarta-feira (27), muitos internautas chineses criticaram o governo por ter cedido ante os americanos.

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