Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ganhou a concorrência com 116 votos na terceira rodada - em que disputou com Ekaterimburgo, que obteve 47 votos. As outras candidatas, São Paulo e Esmirna, foram eliminadas nas primeiras e segunda rodadas, respectivamente.
O anúncio do resultado, feito em Paris, provocou gritos de alegria da delegação árabe emirense, encabeçada pelo chanceler Ben Zayed Al Nahyan. "Nós renovamos nossa promessa de surpreender o mundo em 2020", afirmou, em comunicado, o emir de Dubai, xeque Mohammad Ben Rached Al-Maktoum. Ele, que também é vice-presidente dos Emirados Árabes Unidos, garantiu que a exposição "vai trazer um novo sopro ao Oriente Médio em seu papel de ponto de encontro de culturas e criatividade".
A cidade-emirado colocou em evidência, com sucesso, uma imagem "diferente", de um mundo árabe tolerante e aberto. O lema escolhido foi "conectar os espíritos, construir o futuro".
As autoridades do país destacaram que sua escolha é uma conquista para um país árabe e estimaram que serão necessários 6.500 milhões de dólares em investimentos para a construção do local de exposição, entre os aeroportos de Dubai e Abu Dhabi.
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Com mais de 200 nacionalidades vivem na cidade, os árabe-emirenses não passam de 10% da população. Dubai garante ser possível criar 277.000 empregos diretos com a exposição, com um efeito multiplicador em todo o conjunto da zona "Menasa" (Oriente Médio, norte da África, sul da Ásia). Para escolher a cidade que sucederá Milão, organizadora da exposição em 2015, os integrantes do Bureau Internacional de Exposições (BIE) fizeram sua votação em sessão secreta.
Os quatro países no páreo fizeram campanhas para mostrar as vantagens de suas quatro cidades concorrentes - todas em grande desenvolvimento econômico. São Paulo, com seus 11 milhões de habitantes, destacou sua "pujança econômica" e sua "harmonia multicultural". Mas o BIE preferiu descartar o centro financeiro do Brasil, país que já está envolvido com os preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016 e da Copa do Mundo de 2014.
O tema escolhido por São Paulo, "potência da diversidade, harmonia do crescimento" ressaltou as vantagens econômicas de um país que cresce. Além disso, a América Latina nunca sediou uma Exposição Universal. O cantor Gilberto Gil subiu ao palco após a apresentação para tentar conquistar o coração dos jurados, onde cantou "No woman no cry", de Bob Marley, e alguns trechos de "Imagine" de John Lennon.
Ekaterimburgo, antigo centro do complexo militar-industrial da União Soviética nos Urais e importante polo industrial com mais de 1,4 milhões de habitantes, hoje aberto aos estrangeiros, defendeu a imagem de uma cidade disposta a enfrentar os desafios da globalização, com o lema "espírito global".
O governo russo estava disposto a investir 2.000 milhões de dólares em infraestrutura e contava com o empresariado para investir outra parcela. Esmirna, terceira cidade e segundo porto da Turquia, com quatro milhões de habitantes, esperava sua revanche, já que em 2009 perdeu para Milão, por uma margem apertada, a disputa para sediar a Exposição Universal de 2014.
A cidade turca fez sua campanha com o tema "saúde para todos" e ressaltou sua história milenar e seu potencial turístico. Fundada há cerca de 3.000 anos a.C., Esmirna é uma das cidades míticas do Mediterrâneo. O governo turco se comprometeu a investir 50.000 milhões de dólares em infraestrutura, uma proposta faraônica que se compara ao montante proposto para sustentar a candidatura de Istambul para os Jogos Olímpicos de 2020, o que não impediu que a cidade perdesse para Tóquio.