postado em 27/11/2013 07:00
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Honduras confirmou, ontem, a vitória do candidato governista Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional (PN). Com cerca de 68% dos votos apurados, o órgão anunciou que o resultado ;segue uma tendência irreversível;, ignorando pedidos da oposição de recontagem dos votos já apurados. Observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Europeia (UE) acompanharam o processo eleitoral e consideraram as eleições ;transparentes;. A principal legenda de oposição, o Partido Liberdade e Refundação (Libre), que anteontem denunciou irregularidades nas votações e na apuração, não apresentou queixas formais, disse a chefe da missão europeia, Ulrike Lunacek, em declaração à imprensa.
Na avaliação dos observadores, o partido governista foi beneficiado com uma ;cobertura informativa mais generosa; e uma ;ampla difusão com propaganda institucional;, revelou Lunacek . Até a noite de ontem, Hernández liderava as apurações com 34,13% dos votos, contra 28,90% de Xiomara Castro (Libre) ; diferença de mais de 113 mil cédulas. O nacionalista, que comemorou vitória já na noite de domingo, pouco depois do encerramento das votações, se encontrou ontem com o atual presidente hondurenho, Porfirio ;Pepe; Lobo, para discutir a mudança de governo. Segundo ele, ;Honduras não pode esperar; e, por isso, uma junta de transição começou a trabalhar, a fim de agilizar as políticas que ele pretende implementar.
Conservadorismo
Apesar da apressada movimentação de Hernández, a manutenção do PN no governo não deve representar uma grande mudança na vida do país, avalia Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI). ;Honduras é um país muito conservador e tem problemas gravíssimos, como a questão social; é um dos mais pobres das Américas e registra o maior índice de assassinatos por habitantes no mundo. Além disso, sofre com a corrupção. Assumindo o país, Hernández terá de enfrentar todas essas dificuldades, mas será difícil ter clareza, já que seu partido faz parte dos problemas;, analisa.
Simpatizantes do Libre saíram novamente em protesto na capital, Tegulcigalpa, ontem, rejeitando o resultado parcial apresentado pelo TSE. Cerca de 400 estudantes bloquearam ruas próximas à Universidade Nacional de Honduras (Unah), aos gritos de ;Xiomara presidente;. Eles queimaram fotografias de Hernández e foram reprimidos pela Polícia Militar. Na segunda-feira, o presidente deposto e marido da candidata, Manuel Zayala, liderou uma manifestação que se concentrou nas imediações da sede do TSE. ;Vamos defender nossa vitória;, prometeu Zelaya.