O tribunal de São Petersburgo fixou a fiança em 2 milhões de rublos (45.000 euros), assim como para os demais ativistas, que já deixaram a prisão. Russel era o único militante dos 30 membros da tripulação do "Artic Sunrise" que não havia sido beneficiado por esta medida em primeira instância. Ele foi o primeiro a se apresentar ao tribunal, que determinou a prorrogação de sua detenção por mais três meses, até 24 de fevereiro. Os 30 membros da tripulação presos em setembro, depois de uma ação contra uma plataforma de petróleo da Gazprom no Ártico, foram acusados de pirataria e, ao final de outubro, de vandalismo. Não está claro se a primeira acusação, que pode ser punida com até 15 anos de prisão, será retirada, enquanto a segunda pode resultar em uma pena de até sete anos de detenção.
Eles permaneceram várias semanas detidos em Murmansk e foram transferidos no início de novembro para São Petersburgo.
"Ficou claro durante as audiências para definir o direito à liberdade sob fiança que a Comissão de Investigação irá prosseguir com a acusação de pirataria", indicou o Greenpeace em seu comunicado. "Agora, não sabemos quando os ativistas não-russos poderão retornar para suas casas. E, por enquanto, todos irão permanecer em São Petersburgo", acrescenta a ONG.
Na semana passada, o Tribunal Internacional do Direito Marítimo, órgão das Nações Unidas com competência para resolver disputas marítimas internacionais que foi acionado pela Holanda - o navio Arctic Sunrise navegava sob a bandeira holandesa - pediu na sexta-feira às autoridades russas para que autorizasse "todas as pessoas que foram detidas (...) a deixar o território e as zonas marítimas sob sua jurisdição". Contudo, o diretor da administração presidencial russa reiterou que Moscou, que boicotou o processo desta jurisdição, não reconhece a competência deste tribunal no litígio em questão.