Agência France-Presse
postado em 29/11/2013 13:47
- O ex-primeiro-ministro italiano e magnata das comunicações, Silvio Berlusconi, que perdeu a imunidade parlamentar na quarta-feira (27/11) e foi cassado pelo Senado, corre o risco de ser réu de outro julgamento, desta vez por ter supostamente subornado testemunhas no caso Ruby. Berlusconi, que foi condenado a sete anos de prisão em primeira instância por prostituição da menor marroquina Ruby e abuso de poder, teria subornado as moças que foram convocadas como testemunhas para que elas mudassem suas versões dos fatos, de acordo com a argumentação de juízes de Milão, em um julgamento paralelo contra três funcionários do magnata, divulgado nesta sexta-feira pela imprensa italiana.Os juízes do Tribunal Penal de Milão defenderam que, diante do que consideram um crime de "manipulação de provas" e "corrupção de atos judiciais", a promotoria deveria decidir pela abertura de uma investigação contra Berlusconi. Desde o início do escândalo das festas "bunga bunga", há três anos, "Il Cavaliere" paga 2.500 euros por mês para as moças que participaram das festas. De acordo com os advogados do magnata, trata-se de uma compensação por danos morais devido à investigação judicial e à publicação de seus nomes na imprensa. As jovens - incluindo várias latinas -, que foram convocadas como testemunhas nos dois processos, negaram ser prostitutas e "sempre disseram o mesmo, utilizando uma linguagem que não correspondia ao seu nível cultural", ressaltaram os juízes.
[SAIBAMAIS]De acordo com os magistrados, o pagamento de 2.500 euros para uma testemunha chamada em um julgamento no qual Berlusconi está envolvido "é um ato ilegal, uma manipulação das provas". O tribunal que irá analisar o caso deverá iniciar uma investigação oficial contra Berlusconi e seus advogados antes do Natal. Este é outro imbróglio jurídico para o magnata, que, desde a quinta-feira, pode ser preso, ter o telefone grampeado ou ser alvo de inquéritos sem a autorização prévia do Parlamento. Berlusconi não corre o risco de ser preso por causa da idade, mas pode cumprir sua pena em prisão domiciliar, o que seria uma humilhação para um dos homens mais ricos da Europa e líder da direita italiana há 20 anos.