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Um ano após ser reconhecida como Estado, Palestina segue ocupada

Maioria dos palestinos considera um erro a decisão de Abbas de ter retomado as negociações de paz com Israel, no final de julho

Agência France-Presse
postado em 29/11/2013 13:58
Um ano depois do reconhecimento da Palestina como um Estado observador na ONU, há uma crescente pressão sobre seus líderes para que os novos poderes dos palestinos no cenário internacional sejam utilizados contra Israel.

Não há nenhuma cerimônia oficial planejada para esta sexta-feira (29/11) nos territórios palestinos para comemorar o dia 29 de novembro de 2012, quando a Assembleia Geral da ONU elevou o status da Palestina, permitindo sua adesão a várias organizações internacionais, incluindo jurisdições de competência mundial.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, aproveitou a data e prometeu, na quinta-feira (28/11) à noite, fazer tudo o que for necessário para estabelecer um Estado palestino, garantindo que não "abrirá mão de nenhuma das reivindicações e não assinará nenhum acordo de paz que não atenda às aspirações do seu povo ".



A maioria dos palestinos considera um erro a decisão de Abbas de ter retomado as negociações de paz com Israel, no final de julho, e mais de dois terços acreditam que esse processo será um fracasso, de acordo com uma pesquisa publicada nesta semana.

Abbas se comprometeu a continuar as negociações por nove meses e a suspender, durante este período, qualquer processo de adesão da Palestina a organizações internacionais. Em troca, Israel se comprometeria a libertar 104 prisioneiros palestinos.

A dirigente palestina Hanan Ashraui, que defende que os processos de adesão a organizações do cenário internacional comecem imediatamente, afirmou, na noite de quinta-feira, não entender porque a Palestina ainda sofre pressões para "adiar essas iniciativas".

"Existe um problema que envenena o processo de paz: a exclusão da Palestina do direito (internacional)", disse Ashraui, durante a inauguração de uma exposição de arquivos audiovisuais da ONU sobre os refugiados palestinos.

Aproximação dos organismos internacionais

O chefe palestino das negociações, Saeb Erekat, disse na quarta-feira em uma entrevista a uma rádio árabe-israelense que, se dependesse dele, os palestinos não esperariam o fim dos nove meses para se voltarem aos organismos internacionais.

"Paramos as negociações e não fomos para a ONU por causa dos presos (dos quais apenas metade foi liberada por Israel), disse outro dirigente palestino, Nabil Shaath, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal israelense Maariv.

O deputado independente Mustafa Barghouti, por sua vez, adverte que a Palestina não deve "permitir que Israel use as negociações para a expansão da colonização."

"O mais importante é ir à ONU e, a partir daí, eventualmente ir ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Isso poderia ter mais impacto sobre Israel, especialmente no que diz respeito à colonização", opinou esta semana.

Enquanto isso, a organização de defesa de direitos dos palestinos Al Haz convocou "os representantes palestinos a tomarem atitudes perante o TPI para levar os líderes israelenses à justiça."

Os palestinos votaram como Estado na ONU pela primeira vez no último dia 18 de novembro, quando foi eleito um juiz do Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia, algo que o ministro das Relações Exteriores, Riyad al Malki, considerou um "passo para a tão esperada ascensão ao status de membro pleno".

Porém, de acordo com o jornal israelense Haaretz, o ministério abriu mão de apresentar esta semana a candidatura palestina ao Conselho Oleícola Internacional, um órgão técnico, por falta de unanimidade na União Europeia, onde a Alemanha e o Reino Unido não apoiaram a iniciativa, devido as negociações com Israel.

Malki disse à AFP que desconhece este projeto e reiterou o compromisso palestino em suspender qualquer adesão às organizações internacionais durante negociações com Israel.

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