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Oposição invade quartel-general na Tailândia para tentar derrubar governo

Grupo de opositores querem derrubar o governo da premiê Yingluck Shinawatra

Rodrigo Craveiro
postado em 30/11/2013 08:00
Manifestantes se deitam diante da sede do Comando das Forças Terrestres, em Bangcoc, depois de entregarem uma carta ao secretário-geral do Exército, general Prayuth Chan-ocha
Depois de cortar os cabos de energia elétrica que abasteciam a sede da Polícia Nacional e de invadir prédios do governo e ministérios, em Bangcoc, os ;camisas amarelas; ; como são conhecidos os militantes da oposição ; deram, ontem, uma nova demonstração de força e desespero. E aprofundaram a crise na Tailândia, cada vez mais polarizada. Cerca de 1,2 mil manifestantes entraram à força no quartel-general do Comando das Forças Terrestres e entregaram uma carta ao secretário-geral do Exército, general Prayuth Chan-ocha, por meio da qual pediam a ;ajuda; dos militares na campanha pela derrubada da primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, irmã do ex-premiê Thaksin Shinawatra. Com a bandeira do país nas mãos, eles se deitaram diante do prédio durante algumas horas.

Ao mesmo tempo, mil pessoas marchavam em direção às instalações do partido governista Pheu Thai, aos gritos de ;Saia! Saia!”. Horas depois, Prayuth exortou os opositores a ;respeitarem o processo democrático sob a lei;. ;Por favor, não tentem fazer o Exército tomar partido;, pediu. Na quinta-feira, Yingluck sobreviveu a uma moção de não confiança do parlamento e conclamou os rivais ao diálogo. Ela também descartou antecipar as eleições.

O clima de tensão aumentou depois que Suthep Thaugsuban, líder dos protestos, anunciou, ante 7 mil pessoas, os planos para intensificar as manifestações, amanhã. ;Não esperem por ninguém. Cada coração que ama este país deve se levantar e executar nossa missão;, declarou. ;No domingo, irmãos e irmãs, nós anunciaremos nossa vitória e derrotaremos o regime de Thaksin;, acrescentou. Para o tailandês Saksith Saiyasombut, blogueiro e jornalista especializado em política, um projeto de lei de anistia apresentado pelo Pheu Thai no parlamento foi o catalisador da revolta. O texto, que beneficiaria Thaksin, nem chegou a ser avaliado pelos congressistas. ;A meta do movimento é afastar a influência do ex-premiê da política tailandesa, custe o que custar. A oposição não pretende jogar seguindo as regras democráticas. Ela não aceita novas eleições ou a renúncia de Yingluck. O que deseja é um tipo de golpe;, explicou Saksith ao Correio, por e-mail.

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