[SAIBAMAIS]Um E190 tem entre 98 e 114 lugares, segundo o site da empresa, mas o aparelho voava com mais ou menos um terço de sua capacidade. O último contato estabelecido com os pilotos foi feito quando o avião sobrevoava o norte da Namíbia, onde caia uma forte chuva. A polícia da Namíbia enviou equipes de resgate após ser alertada pelas forças de Botswana. "Eles viram a fumaça no ar e pensaram que o acidente havia ocorrido em seu país", contou Bampton. "Mas ao chegarem à fronteira, perceberam que a fumaça estava na Namíbia". O trabalho das equipes namíbias foram prejudicadas pelas fortes chuvas e pela vegetação fechada. Além disso, a ausência de estradas complicou o acesso ao local. O barulho das explosões pode ser ouvido pelos moradores de vilarejos nos arredores.A companhia aérea LAM afirmou nesta sexta-feira que o avião poderia ter feito uma aterrissagem próximo à fronteira setentrional da Namíbia, mas ainda não havia confirmado oficialmente o acidente. A LAM se negou por ora a fazer comentários, e simplesmente divulgou a nacionalidade dos passageiros, revisando seu número para 27 no lugar do 28 informado na sexta-feira. Parentes das vítimas que foram à sede da empresa se mostraram frustrados. "Eles nos dizem que foi um pouso forçado. Eu sei que o avião caiu", afirmou um colega de um dos desaparecidos, Luis Paolo. "Como pode uma companhia estatal não ter informações?". O governo moçambicano também preferiu ficar em silêncio neste sábado, confirmando apenas que havia 33 pessoas a bordo, incluindo a tripulação. Segundo um técnico do aeroporto, que pediu para não ser identificado, o avião teria caído por causa do mau tempo. O acidente é o mais grave na história da aviação civil de Moçambique desde a misteriosa queda do avião do presidente Samora Machel em 1986 na África do Sul, quando morreram 34 pessoas - um provável atentado ligado às hostilidades que existiam com o regime racista do apartheid sul-africano. Em 2011, a União Europeia proibiu a companhia aérea LAM de sobrevoar seu espaço aéreo, medida justificada pelas falhas na segurança aérea de Moçambique. De acordo com comunicado divulgado pela chancelaria portuguesa, os serviços consulares já entraram em contato com as famílias de quatro dos cinco portugueses que viajavam a bordo do voo TM470.