Bangcoc - Milhares de manifestantes opositores ameaçavam neste domingo invadir a sede do governo em Bangcoc, onde, na véspera, a ação policial para controlar os protestos resultaram na morte de duas pessoas. Cerca de 3.000 policiais foram mobilizados para reforçar a segurança na capital.
Há um mês os tailandeses protestam contra Yingluck e seu irmão Thaksin. Antigo primeiro-ministro do país, ele foi tirado do poder por meio de um golpe em 2006 e continua atuando na política apesar de seu exílio.
[SAIBAMAIS]O governo tenta evitar maiores confrontos diante de uma oposição que multiplica sua atuação, ocupando ou cercando ministérios e edifícios públicos desde a última segunda-feira.
Após o recorde de mais de 150.000 pessoas reunidas no último domingo, a tendência é que este número aumente neste domingo. Os líderes do movimento convocaram uma nova grande mobilização antes do aniversário do rei Bhumibol, no próximo 5 de dezembro.
"Primeiro de dezembro será o dia da vitória", prometeu na noite de sexta-feira Suthep Thaugsuban, antigo vice-primeiro-ministro e líder do movimento, que rejeitou os pedidos de aproximação do governo.
Ele anunciou novos alvos para este domingo e pediu para que os manifestantes caminhem até a sede do governo, sob forte proteção. Em 2010, 100.000 manifestantes ocuparam o centro de Bangcoc para pedir a queda do governo, antes de um golpe das forças armadas.
A crise deixou 90 mortos e causa temor em relação a excessos, especialmente ao se aproximar o fim de semana, quando pode ser registrado um aumento no número de manifestantes, como no domingo passado, quando 150 mil pessoas se reuniram.
A revolta da oposição foi provocada por uma lei de anistia, especialmente redigida segundo os manifestantes para permitir a volta do irmão de Yingluck, Thaksin Shinawatra, ex-primeiro-ministro exilado em Dubai, e evitar uma condenação a dois anos de prisão por fraude financeira.
O texto foi rejeitado pelo Senado, mas isto não serviu para acalmar os manifestantes. A oposição a Yingluck, unida ao ódio por Thaksin, pede a renúncia da primeira-ministra, considerada uma marionete do irmão.
Num país que já passou por 18 golpes de Estado ou tentativas de golpe desde o estabelecimento da monarquia constitucional em 1932, o exército pediu para que os manifestantes não tomem partido.