[SAIBAMAIS]Face à onda de violência, as autoridades iraquianas - impotentes diante do derramamento de sangue - pediram ajuda aos Estados Unidos.Apesar de alguns comunicados da ONU e do departamento americano de Estado condenando a violência, a reação da comunidade internacional continua morna.
Desde o início de 2013, mais de 6.100 pessoas morreram em ataques, segundo números oficiais. Neste domingo, um homem-bomba explodiu no cemitério onde ocorria o enterro de Mouzher al-Shallal al-Araki, filho de um chefe tribal membro das milícias da Al-Qaeda. Doze pessoas morreram e 45 ficaram feridas na explosão, que ocorreu no cemitério da cidade de Wajihiyah, perto de Baqouba. O pai do homem que estava sendo enterrado era um dos chefes das milícias da Al-Qaeda, os Sahwa, criados em 2006.
Os Sahwa foram recrutadas inicialmente pelo exército americano para combater a Al-Qaeda nas regiões sunitas e garantir a proteção de oleodutos que atravessam as zonas tribais sunitas, especialmente no oeste do país.Considerados traidores pelo insurgentes sunitas, os milicianos são constante alvo de ataques e atentados. Um duplo atentado em Saadiyah, na província de Diyala, matou cinco pessoas. Episódios violentos em Bagdá e nas cidades de maioria sunita de Fallujah, Abu Ghraib, Mossul e Hawija deixaram 11 mortos, segundo as autoridades. Baqouba, capital da região que abriga diversas facções religiosas da província de Diyala, é uma das zonas mais instáveis do Iraque.
Medidas inadequadas
Segundo dados dos ministérios da Saúde, do Interior e da Defesa divulgados neste domingo, em novembro morreram violentamente 948 pessoas, entre elas 852 civis, 53 policiais e 43 soldados. Em outubro, morreram 964 pessoas - no mês mais violento do Iraque desde abril de 2008. As autoridades iraquianas se dizem particularmente preocupadas com o crescimento da Al-Qaeda - fortalecida pelo conflito na vizinha Síria - acusando os insurgentes sunitas ligados ao grupo pela maior parte dos atentados.
Em vão, o governo tenta colocar em prática medidas de segurança, como a limitação do tráfego de carros em Bagdá e maior vigilância nos cafés, um dos locais mais visados pelos ataques. Abou Mohammed, dono de uma loja no centro de Bagdá, considerou inadequadas as medidas tomadas pelas autoridades. "Medidas mais severas têm que ser colocadas em prática ao redor de Bagdá, melhores do que a instalação de barreiras de segurança dentro da cidade".
Em comunicado emitido neste domingo, o representante do secretário-geral da ONU para o Iraque, Nickolay Mladenov, pediu que as autoridades iraquianas "tomem medidas de urgência para encontrar e punir os responsáveis por estes crimes e para garantir a segurança de todos".