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Manifestantes anunciam início de greve geral em Kiev, na Ucrânia

Opositores querem tentar forçar a renúncia do governo ucraniano



No domingo, o primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, anunciou que Yanukovich viajará para a Rússia nos próximos meses, apesar do presidente ter reafirmado a vontade aproximação da UE. "Farei todo o possível para acelerar o processo de aproximação da Ucrânia com a União Europeia para evitar perdas importantes para nossa economia e a deterioração de nosso nível de vida", destacou em um comunicado. Quase 100 policiais ficaram feridos nos protestos de Kiev, informou a porta-voz policial Olga Bilik. As forças de segurança usaram bombas de efeito moral contra manifestantes encapuzados diante da sede da presidência, depois que os opositores jogaram pedras e, segundo a imprensa local, coquetéis molotov.

[SAIBAMAIS]Dois fotógrafos da AFP e um cinegrafista local que trabalha para o canal Euronews ficaram levemente feridos. Depois de partir de uma área próxima a um monumento em homenagem a Taras Shevchenko, poeta e herói nacional, os manifestantes retiraram as barreiras de segurança metálicas instaladas pela polícia e seguiram para a Praça da Independência, o local emblemático da "revolução laranja" de 2004, de onde haviam sido expulsos com violência no sábado. A oposição acusa o presidente de afastamento da UE e de ter adotado uma linha política dura. Apesar do clima tenso, o líder do partido opositor Udar e campeão de boxe Vitali Klitschko manteve a convocação para esta segunda-feira. Em uma carta lida no sábado por sua filha Evguenia, a opositora detida e ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, que cumpre pena de sete anos de prisão e tem a liberdade exigida pela UE, pediu a queda do governo por "meios pacíficos".