Agência France-Presse
postado em 02/12/2013 19:42
As autoridades libanesas decidiram nesta segunda-feira (2/12) colocar a cidade de Trípoli sob controle do Exército por seis meses, para acalmar os surtos de violência entre sunitas e alauítas que deixaram 11 mortos em três dias. A decisão foi tomada em uma reunião entre o presidente Michel Sleimane, o comandante-em-chefe do Exército, general Jean Kahwaji, e o primeiro-ministro Najib Mikati."Decidiu-se encarregar o Exército de tomar todas as medidas necessárias para restabelecer a segurança por um período de seis meses" em Trípoli, explicou Mikati em um comunicado.
O Exército também ficará encarregado de executar as ordens de detenção solicitadas pela Justiça. Os militares anunciaram que "vão reforçar as medidas de segurança na cidade, intensificando as patrulhas e os controles com barreiras".
Trípoli é, com frequência, palco de confrontos, principalmente em dois bairros pobres do norte: Bab al-Tebaneh, um reduto sunita favorável à revolta contra o regime sírio, e Jabal Mohsen, de maioria alauíta e favorável ao presidente Bashar al-Assad.
[SAIBAMAIS]A tensão começou a subir na quinta-feira quando bandeiras sírias foram exibidas em Jabal Mohsen. Em resposta, bandeiras dos rebeldes foram espalhadas em várias áreas.
A população de Trípoli é formada por 80% de sunitas e 11% de alauítas. As tensões entre as duas comunidades se agravaram com o conflito na Síria e, em agosto passado, um duplo atentado com carro-bomba deixou 45 mortos.
Desde sábado, 11 pessoas morreram em diferentes incidentes, a maioria vítima de franco-atiradores.