Agência France-Presse
postado em 03/12/2013 07:29
Bangcoc - Milhares de manifestantes foram autorizados nesta terça-feira (3/12) a entrar na sede do governo e no quartel-general da polícia de Bangcoc, em uma tentativa das autoridades tailandesas de acalmar uma crise política que provocou violentos confrontos. "O objetivo é criar uma boa atmosfera para que a celebração do aniversário do rei (quinta-feira) aconteça com bons presságios e para que o rei esteja feliz", declarou o vice-primeiro-ministro Surapong Tovichakchaikul.Depois de cercar a sede do governo por vários dias, os manifestantes entraram na sede do governo e chegaram a fazer fotos com os policiais. "Com o objetivo de reduzir a tensão entre os manifestantes e a polícia, abrimos as barreiras para permitir que os manifestantes entrem no local",anunciou o centro de crise governamental.
"Conversações poderão acontecer depois do aniversário do rei", que acontece na quinta-feira, disse Paradorn Pattanatabut, diretor do Conselho de Segurança Nacional. "A crise levará tempo para ser resolvida com uma negociações", completou. Mas o líder das manifestações pediu que os opositores prossigam com os protestos até que o objetivo final seja alcançado: derrubar o governo.
"É uma vitória parcial. Mas não é a final, já que o regime continua de pé. Ainda não podem voltar para casa, devemos prosseguir com nossa luta", afirmou Suthep Thaugsaban aos seguidores. A oposição, que chegou a reunir até 180 mil pessoas nas ruas, desafia a autoridade da primeira-ministra Yingluck Shinawatra há várias semanas. Ela é acusada de ser a marionete do irmão Thaksin, derrubado por um golpe de Estado em 2006.
Vitória do "exército popular"
Yingluck Shinawatra viajou da capital para o balneário de Hua Hin, onde o rei Bhumibol vive, para preparar as celebrações do 86; aniversário do reverenciado monarca, que acontecerão na quinta-feira. Apesar da primeira-ministra continuar no cargo, a oposição proclamou vitória. "A vitória está nas mãos do ;exército popular;. Nós podemos tomar todos os edifícios importantes do governo", afirmou Issara Somchai, um dos líderes dos protestos, diante da multidão eufórica reunida no Monumento da Democracia, local simbólico das manifestações.
A polícia defendia há vários dias a sede do governo, o local mais simbólico do poder, com bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos de água. Mas nesta terça-feira, os blocos de cimento e os alambrados foram afastados para permitir a entrada dos manifestantes, que avançaram pelo complexo sem resistência. A mesma situação foi registrada no quartel-general da polícia metropolitana de Bangcoc, na qual entraram milhares de manifestantes.
O chefe da polícia metropolitana, tenente-general Kamronwit Thookrajang, vaiado pela multidão por sua relação estreita com Thaksin, havia afirmado que as tropas não impediriam a entrada dos manifestantes, pois o quartel-general "pertence ao povo". Os manifestantes, uma aliança de burgueses conservadores vinculados ao Partido Democrata e pequenos grupos ultramonárquicos, têm um ódio profundo a Thaksin que se estende a sua irmã, que governa o país desde 2011, depois de uma grande vitória nas urnas do partido Puea Thai.