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Atentado suicida mata pelo menos quatro pessoas no centro de Damasco

Desde o início da revolta, inicialmente pacífica, em março de 2011 contra o regime sírio, Damasco acusa os rebeldes de serem terroristas apoiados pelo exterior

Agência France-Presse
postado em 03/12/2013 09:27
Damasco - Um atentado suicida no bairro de Jisr al-Abyad, no centro de Damasco, deixou quatro mortos e 17 feridos, informou a televisão pública síria. "Um terrorista detonou o cinturão de explosivos na área de Jebeh, no bairro de Jisr al-Abyad. Quatro pessoas morreram, e 17 ficaram feridas", destacou a emissora.


O suicida acionou o cinturão na entrada de um prédio administrativo do Exército, onde está centralizada a ajuda aos familiares dos mortos da guerra civil, completou um fotógrafo da AFP, que viu o corpo do autor do atentado. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que "um homem detonou explosivos em um edifício governamental em Jisr al-Abyad". De acordo com o OSDH, o registro provisório do atentado é de cinco mortos: três civis e dois membros das forças de segurança.


O observatório informa que pelo menos 126 mil pessoas já morreram desde o início da revolta popular. Inicialmente pacífico, o movimento se transformou em guerra civil com a sangrenta repressão por parte do governo. O regime Assad acusa dos rebeldes de serem terroristas apoiados por países estrangeiros e por grupos jihadistas.


Na segunda-feira, a cidade cristã de Maaloula (55 km ao norte de Damasco) foi tomada por insurgentes, muitos deles da jihadistas da "Frente Al-Nosra". Na terça, houve intensas trocas de tiros entre os ocupantes e os militares enviados para o essa localidade histórica, anunciou o OSDH.

Segundo uma fonte militar citada pelo jornal pró-regime Al-Watan, "os terroristas invadiram Maaloula e ocuparam o Convento de Mar Taqla, fazendo a diretora e várias freiras de reféns".


A madre superiora de outro convento situado em Sadnaya, Sivronia Nabhan, disse por telefone que conseguiu falar com sua colega de Maaloula, Pelagia Sayyaf, na segunda-feira, por volta das 23h30 (19h30 de Brasília). "Tanto ela quanto as outras 11 religiosas e três jovens do serviço doméstico estão instaladas de maneira confortável em uma casa de Yabroud, e ninguém as incomoda", contou a madre.


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O núncio apostólico de Damasco, Mario Zenari, também disse à AFP que as 12 religiosas sírias e libanesas que estavam no convento greco-ortodoxo de Mar Taqla foram levadas para a cidade rebelde de Yabroud, cerca de 20 km ao norte de Maaloula. Todas as comunicações foram cortadas.

"As 12 religiosas foram obrigadas a deixar o monastério por um grupo armado, que as levou para

Yabroud", acrescentou, evitando falar em "sequestro". Os órfãos abrigados pelo convento "foram retirados há algum tempo do monastério, quando a situação começou a se complicar", completou o núncio. O governo enviou reforços para a região, já que a queda de Maaloula interrompeu uma campanha que havia levado à reconquista de várias localidades.


"Forças militares se dirigem para a cidade para apoiar as já presentes em sua periferia", indicou o Al-Watan. Yabroud é o próximo alvo do Exército sírio. As forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, apoiadas pelo poderoso movimento xiita libanês Hezbollah e por combatentes xiitas iraquianos, realiza uma grande ofensiva para recuperar a região estratégica de Qalamoun, ao norte de Damasco e na fronteira com o Líbano.

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