Agência France-Presse
postado em 03/12/2013 13:19
Tóquio - Japão e China precisam de estratégias de comunicação mais complexas se desejam resolver uma disputa territorial, afirmou o vice-presidente americano Joe Biden durante visita a Tóquio, onde reafirmou o apoio incondicional de Washington aos japoneses. "Os Estados Unidos permanecerão inquebrantáveis em sua aliança com o Japão", declarou Biden, em plena crise diplomática pela decisão de Pequim de declarar uma zona de defesa aérea na região."Permaneceremos inquebrantáveis em nosso compromisso de aliança", assegurou Biden, acompanhado pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. "Ao governo dos Estados Unidos interessa reduzir a tensão nesta importante região. Acredito que todos os países do nordeste da Ásia compartilham este interesse conosco", prosseguiu. "Isto enfatiza a necessidade de que haja mecanismos de gestão de crise e canais de comunicação efetivos entre a China e o Japão para reduzir o risco de escalada da tensão", acrescentou Biden.
[SAIBAMAIS]O vice-presidente americano afirmou ainda que espera expressar as preocupações de "maneira muito específica e diretamente" na quinta-feira aos líderes chineses. Mais cedo, Biden afirmou que os Estados Unidos estavam "profundamente preocupado" com a zona de defesa aérea decretada por Pequim no Mar da China Oriental. O governo japonês disse que acreditava que obteria o apoio americano em sua oposição a uma iniciativa que taxou de extremamente perigosa.
A China anunciou que defenderá seu direito de controlar os aviões que sobrevoam a zona definida, que inclui o arquipélago das Senkaku, controlado por Tóquio e exigido por Pequim sob o nome de Diaoyu. Alguns analistas temem que a disputa resulte em um confronto armado. "Nós continuamos muito preocupados pelo anúncio de uma nova zona de defesa aérea", declarou Biden ao jornal Asahi Shimbun.
"Eu ratificarei a força de nossos compromissos de aliança e ressaltarei a importância de evitar ações que possam minar a paz, a segurança e a prosperidade na região", declarou Biden ao jornal. O vice americano também visitará China e Coreia do Sul. Abe tentava obter um apoio enérgico a sua posição de que a China se mostra agressiva e pouco razoável. Ele se sentiu apoiado quando bombardeiros americanos B-52 sobrevoaram a zona de defesa aérea chinesa poucos dias depois que foi anunciada.
"Nós confirmamos que não toleraremos a tentativa da China de mudar o status quo unilateralmente pela força e continuaremos trabalhando estreitamente para tratar a situação com base na forte aliança Estados Unidos-Japão", afirmou Abe. Desde que as autoridades chinesas proclamaram esta zona de defesa aérea, onde querem que todos os aviões obedeçam as suas ordens sob penas de se exporem a medidas defensivas de emergência, foi criado um ambiente de grande nervosismo.
"A declaração da China de uma zona de identificação de defesa aérea é uma tentativa de mudar unilateralmente o status quo, que pode desencadear situações inesperadas e que é um ato extremamente perigoso", declarou aos jornalistas o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, antes de uma reunião a portas fechadas de Biden com o primeiro-ministro Shinzo Abe. "Japão e Estados Unidos compartilham a posição de que a zona de identificação de defesa aérea é inaceitável (...) Acredito que (Biden) se dirigirá à China para discutir vários temas, incluindo este, com sua compreensão da posição japonesa", acrescentou Suga. Na quarta-feira, Biden viajará a Pequim, onde se reunirá com o presidente Xi Jinping.