Agência France-Presse
postado em 03/12/2013 19:42
Washington - Pela primeira vez em 40 anos, a maioria dos americanos acredita que seu país perdeu a influência no mundo e exerce um poder muito menor do que tinha no passado, de acordo com pesquisa publicada nesta terça-feira (3/12).A enquete do Pew Research Center revela que a maioria dos americanos apoia, pela primeira vez, que seu país deve "se ocupar de seus próprios assuntos" em nível internacional.
"Pela primeira vez, em cerca de 40 anos de pesquisas, uma maioria dos cidadãos (53%) considera que os Estados Unidos desempenham um papel menos importante e menos poderoso em escala planetária do que há uma década", destacou o Pew Center em seu estudo.
Esse número supera em 12 pontos a enquete realizada em 2009 e mais do que duplica o percentual de 2004, quando George W. Bush ocupava a Presidência. Cerca de 70% dos entrevistados também acreditam que os Estados Unidos inspiram menos respeito do que no passado, um nível similar ao do período final do segundo mandato de W. Bush.
A política externa do presidente Barack Obama aparece fortemente questionada na sondagem: 56% desaprovam, contra 34% que dão seu apoio.
"Os americanos criticam a política em geral e, sobretudo, sua gestão da situação na Síria, Irã, China e Afeganistão". A luta antiterrorista surge como um dos poucos terrenos em que Obama obtém mais apoio do que rejeição: 51% a favor e 44% contra.
Leia mais notícias em Mundo
Outro ponto surpreendente da pesquisa é que, pela primeira vez em quase meio século, 52% dos americanos pensam que o país deve "se ocupar de seus próprios assuntos no plano internacional e deixar aos demais que tentem se administrar por si mesmos". Apenas 38% acreditam no contrário.
Aqueles que consideram que o país se ocupa "muito" de tentar resolver os problemas do mundo (51%) consideram, em geral, que as questões domésticas, fundamentalmente a economia, deveriam ser a prioridade número um do atual governo.
Outro dado é que 77% dos entrevistados ressaltam que as trocas e os vínculos comerciais com os outros países trazem benefícios para os Estados Unidos. Para a pesquisa, foram consultadas cerca de 2.000 pessoas, entre 30 de outubro e 6 de novembro.