Agência France-Presse
postado em 04/12/2013 15:29
A chef-celebridade britânica Nigella Lawson admitiu nesta quarta-feira (4/12) ter utilizado ocasionalmente maconha e cocaína, mas negou as acusações de que é viciada em drogas, afirmando que foram tentativas de seu ex-marido Charles Saatchi de destruí-la.Ao testemunhar no julgamento de duas assistentes acusadas de fraude contra o casal, Nigella declarou ter utilizado cocaína quando seu primeiro marido, John Diamond, estava morrendo, e novamente em 2010, quando era submetida a um "terrorismo íntimo" pelo magnata negociante de arte Saatchi.
As irmãs italianas Elisabetta e Francesca Grillo , que trabalhavam como assistentes pessoais para o casal de celebridades, negam ter gastado de forma fraudulenta ; 685.000 (1,1 milhão de dólares, EUR 820.000) nos cartões de crédito da empresa de Saatchi.
"Foram dois momentos em minha vida nos quais eu usei cocaína. A ideia de que eu sou uma viciada em drogas ou usuária habitual de cocaína é absolutamente ridícula", declarou Nigella, de 53 anos, ao Tribunal Isleworth Crown, em Londres.
"Tenho que dizer, depois de me libertar de um homem brilhante, mas brutal, que agora estou totalmente livre de maconha, cocaína e de todas as drogas".
As denúncias de consumo de drogas surgiram no início do julgamento, em um e-mail escrito por Saatchi, de 70 anos.
A chef disse que usou cocaína com Diamond, seu primeiro marido e pai de seus dois filhos, em seis ocasiões, porque "tinha dado a ele alguma fuga" quando ele estava sofrendo com um câncer terminal.
A segunda vez foi em 2010, depois de Nigella ter recebido droga de um amigo quando ela estava passando por um "momento muito difícil". "Eu me senti submetida ao terrorismo íntimo do Sr. Saatchi", afirmou.
Nigella também declarou ter utilizado maconha no último ano de seu casamento com Saatchi.
"Tenho que ser honesta, eu fumei um baseado. Acho que tornou tolerável uma situação intolerável", disse ao tribunal.
Mais cedo, Nigella declarou que Saatchi queria se vingar depois que ela se recusou a permanecer ao seu lado e apoiá-lo em um caso de fotos tiradas por paparazzi que o mostravam agarrando-a pelo pescoço em um restaurante londrino.
"Ele me disse que se eu não voltasse para ele e limpasse seu nome, ele ia me destruir", declarou.
A mulher que fez fortuna com uma série de livros de culinária e com programas de televisão na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, se separou de Saatchi neste ano após 10 anos de casamento, depois do incidente capturado pelos paparazzi no elegante restaurante Scott.
Vestindo um casaco preto e com um olhar impassível, Nigella foi acompanhada por sete policiais ao entrar no prédio do tribunal nesta quarta-feira em meio a uma multidão de fotógrafos e cinegrafistas.
Em seu testemunho, ela declarou ao tribunal que, após o "incidente terrível no Scott", falsas acusações de uso de drogas começaram a circular em um "blog PR".
As acusações no blog eram "dedicadas a salvar a reputação do Sr. Saatchi e a destruir a minha".
Nigella apresentou um quadro desolador sobre o fim de seu casamento com o ex-guru da publicidade de 70 anos, descrevendo-o como uma pessoa que se irritava facilmente.
"Ele tinha um temperamento forte e eu não acho que alguém pode duvidar de que ele tinha um temperamento forte", afirmou.
Saatchi "não gostava de participar da vida em família" e a independência da ex-esposa o irritava, acrescentou.
Saatchi declarou na semana passada ao tribunal que não tinha provas de que sua ex-mulher havia consumido drogas, mas admitiu ter enviado um e-mail dizendo que ela estava fora de si.
Também declarou estar totalmente desolado pelo fato de seu e-mail particular ter se tornado público.
O negociante de arte aceitou uma advertência policial sobre o incidente no restaurante, mas afirmou estar desapontado por sua ex-esposa ter se recusado a dizer publicamente que ele não havia a agredido.
Já Nigella afirmou que Elisabetta Grillo no passado foi sua "rocha", mas que ela não tem "uma forte orientação moral".
Declarou ainda ter ficado perplexa com a extensão das despesas feitas pelas duas irmãs, que teriam realizado gastos com artigos de luxo, voos transatlânticos em primeira classe e hotéis.