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Regime sírio afirma que Assad vai ficar à frente do período de transição

Enquanto isso, 18 pessoas morreram atingidas por disparos de foguete em bairros pró-regime em Aleppo (norte), de acordo com o OSDH

Agência France-Presse
postado em 04/12/2013 20:00
O regime sírio, fortalecido por vitórias militares sobre os rebeldes, indicou nesta quarta-feira (4/12) que caberá ao presidente Bashar al-Assad realizar a transição em caso de acordo em Genebra, apesar dos apelos da oposição e do Ocidente por sua saída.

Enquanto isso, 18 pessoas morreram atingidas por disparos de foguete em bairros pró-regime em Aleppo (norte), de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Com o objetivo de tentar acabar com a guerra que deixou mais de 126 mil mortos em 33 meses, segundo o OSDH, a ONU fixou para 22 de janeiro a realização de uma conferência internacional, chamada de Genebra 2, que deve reunir pela primeira vez o governo sírio e a oposição.

"Se alguém acha que vamos a Genebra 2 para entregar as chaves de Damasco (à oposição), é melhor não ir", alertou o ministro da Informação, Omran al-Zohbi, citado pela agência oficial Sana.

"A decisão cabe ao presidente Assad. Ele vai ficar à frente da transição, se ela acontecer. Ele é o líder da Síria (...) e continuará sendo o presidente da Síria", acrescentou.

As divergências em torno de quem vai participar da conferência continuam.

Na segunda-feira, o emissário internacional Lakhdar Brahimi renovou o seu apelo para que o Irã, aliado do regime, e a Arábia Saudita, ligada aos rebeldes, participem.

A oposição síria rejeita a participação do Irã e rejeita qualquer transição que inclua Assad.



Religiosa como "escudos humanos"

O jornal sírio ligado ao governo, Al-Watan, acusou os rebeldes de tentarem usar como "escudos humanos" as freiras "sequestradas" na segunda-feira em seu convento na cidade de Maaloula, ao norte de Damasco.

De acordo com o núncio apostólico na Síria, Monsenhor Mario Zenari, elas foram obrigadas por um grupo armado a deixar o mosteiro para serem transferidas a Yabroud, cidade rebelde nas imediações. O representante do Vaticano evitou falar em sequestro.

As religiosas "estão em uma casa em Yabroud e ninguém as incomoda", disse a madre superiora do Convento de Saydnaya, Fibronia Nabhane. Ela tinha conseguido conversar na noite de segunda-feira por telefone com a madre superiora de Maaloula, Pelagia Sayyaf.

Em um comunicado conjunto, a Coalizão Opositora e o comando do Exército Sírio Livre (ESL) "negaram qualquer envolvimento das unidades da ESL no que aconteceu com as religiosas de Maaloula e dizem ter atuado para que fossem levadas a um local seguro, longe dos disparos das milícias do regime".

Mas o OSDH acusou o grupo jihadista Frente Al-Nosra de manter as freiras em seu poder, citando militantes segundo os quais elas "não sofreram violência física".

O conflito na Síria foi desencadeado por um movimento de contestação reprimido com violência pelo regime.

Os combates são travados entre rebeldes apoiados por jihadistas e as forças do regime aliadas aos combatentes do Hezbollah libanês e a milicianos xiitas estrangeiros.

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