Luisa Ikemoto
postado em 05/12/2013 19:53
Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano, morreu nesta quinta-feira (5/12) aos 95 anos em casa, em Johannesburg, informou o atual presidente sul-africano Jacob Zuma em mensagem à Nação.Ele ficou preso por 27 anos, durante sua luta contra o apartheid no país, lutando pelos direitos dos negros e contra a segregação racial.
A confirmação oficial foi dada pelo atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma. "Queridos compatriotas, nosso bem amado Nelson Rolihlahla Mandela, presidente fundador da nossa nação democrática, faleceu", declarou Zuma. "Vamos expressar nossa profunda gratidão por uma vida ao serviço do povo deste país e da causa da humanidade. É um momento de profunda dor (...) Sempre te amaremos, Madiba", "agora, ele está descansando. Agora, ele está em paz", completou. "Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai".
[SAIBAMAIS]A saga de um herói
Importante líder político da África do Sul, Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 na cidade de Qunu (África do Sul). Formado em Direito, ele foi presidente da África do Sul entre os anos de 1994 e 1999. A luta contra o apartheid foi o grande marco de sua vida, ao lutar contra este regime de segregação que obrigava os negros do país a viverem separados dos brancos, que controlavam o poder. A população negra não tinha qualquer direito político, econômico ou social até então.
Ainda quando era estudante de Direito, Mandela iniciou a luta contra o regime. No ano de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no Congresso Nacional Africano. Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento antiapartheid. Participou da divulgação da ;Carta da Liberdade;, em 1955, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista.
No entanto, o líder sul-africano sempre defendeu uma luta pacífica pelos direitos dos negros, pelo menos até 21 de março de 1960, quando deu-se o chamado ;Massacre de Sharpeville;. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestante negros, matando 69 pessoas. Desde então, Mandela passou a defender a luta armada contra o sistema. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações armadas.
Preso de 1964 a 1990 tornou-se o símbolo da luta. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Com a pressão internacional pela libertação dele, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano). Em 1993, os dois dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.
Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos. Ao fim do mandato, ele se afastou da política e passou a dedicar seu tempo a causas de várias organizações sociais, pelos Direitos Humanos.