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EUA dizem que diplomacia com Irã também deve se apoiar na potência militar

Secretário de Estado americano afirmou que o exército de seu país quer manter seus 35.000 soldados na região do Golfo

Manama - O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, afirmou neste sábado que a diplomacia do Irã não pode funcionar "no vazio" e também deve se apoiar na potência militar dos Estados Unidos.

[SAIBAMAIS]"Sabemos que a diplomacia não pode funcionar no vazio (...) Nossos êxitos seguirão dependendo da potência militar dos Estados Unidos e da credibilidade de nossas promessas a nossos aliados e sócios no Oriente Médio", disse o secretário de Defesa em uma conferência sobre segurança no Bahrein.



Pouco antes, o secretário de Estado havia explicado que o exército americano quer manter seus 35.000 soldados na região do Golfo, independentemente do acordo com o Irã sobre seu programa nuclear.

Hagel, que posteriormente viajou a Cabul, enumerou as armas e os recursos que seu país manterá na região.

"Contamos com uma presença terrestre, aérea e naval de mais de 35.000 militares no Golfo e em seus arredores imediatos", disse.

Especificou que estas forças estão integradas por 10.000 soldados com tanques e helicópteros Apache, 40 navios e um porta-aviões, sistemas de defesa de mísseis, radares, drones de vigilância e aviões militares.

"Mobilizamos nossos aviões militares mais modernos na região, sobretudo os F-22, para garantir que possamos responder rapidamente a qualquer eventualidade", declarou o chefe do Pentágono.

"Se somarmos nossas munições únicas, nenhum alvo está fora de nosso alcance", acrescentou, referindo-se provavelmente aos "bunker buster", bombas concebidas para alcançar alvos enterrados a grande profundidade. Não haverá retirada americana

Segundo um funcionário do Pentágono, Hagel enviou uma mensagem de solidariedade aos aliados dos Estados Unidos no Golfo e advertiu os que especulam sobre uma retirada americana de que estão equivocados.

Os aliados do Golfo, sobretudo a Arábia Saudita, estão preocupados pelo acordo de Genebra, que limita durante seis meses as atividades nucleares do Irã em troca de um relaxamento parcial das sanções ocidentais, que asfixiam a economia iraniana. Este deve levar a um acordo global em um ano.

As relações são tensas entre os Estados Unidos e a maioria das monarquias sunitas do Golfo, que mantêm uma rivalidade com seu vizinho iraniano xiita.

Além disso, a reticência dos Estados Unidos em intervir na Síria contra o regime do presidente Bashar al-Assad, apoiado pelo Irã, as pressões orçamentárias e o reequilíbrio da política americana em relação à Ásia reforçaram o temor das monarquias do Golfo.

Hagel reconheceu estas preocupações, mas garantiu que Washington "seguirá completamente comprometido com a segurança de seus aliados e de seus sócios na região".

O secretário de Defesa também destacou a solidez das relações militares com as monarquias do Golfo, que, segundo ele, compraram armas americanas no valor de mais de 75 bilhões de dólares desde 2007.