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Líderes mundiais chegam à África do Sul para último adeus a Mandela

Os chefes de Estado dos Estados Unidos, Barack Obama, do Brasil, Dilma Rousseff, e da França, François Hollande, assim como o premiê britânico, David Cameron, irão prestar homenagens

Agência France-Presse
postado em 09/12/2013 11:05
Johannesburgo - O mundo está literalmente chegando à África do Sul e quase 100 líderes, entre os principais do planeta, são esperados para a cerimônia oficial de adeus a Nelson Mandela, indicou Pretoria nesta segunda-feira (9/12). "Noventa e um chefes de Estado e de Governo em exercício, 10 ex-líderes, 86 chefes de delegação e 75 personalidades confirmaram presença", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Clayson Monyela.

Crianças realizam homenagem a Nelson Mandela em Soweto, onde o ex-presidente viveu na África do Sul
O ministério não forneceu informações precisas, mas parte desses dignitários deve chegar a partir desta segunda, para prestar homenagem a Nelson Mandela, falecido quinta-feira (5/120 aos 95 anos de idade. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve discursar no início da tarde em frente à Fundação Nelson Mandela, em Joanesburgo.

Ao mesmo tempo, as duas câmaras do Parlamento sul-africano vão realizar uma sessão comum dedicada à memória do primeiro presidente negro (1994-99) do país. "Thank you Madiba" e "Hamba Kahle Madiba" (obrigado em inglês e zulu), clamavam as imensas bandeiras exibidas na sede do Parlamento.

[SAIBAMAIS]Os vários partidos políticos irão falar para recordar a mensagem de unidade trazida pelo ex-ativista anti-apartheid, que, uma vez no poder, não deixou de estender a mão aos seus antigos opressores. Esta atitude magnânima, entre outras coisas, explica a admiração que Mandela desperta em todo o mundo. "Mandela é a versão sul-africana de Mahatma Gandhi", declarou domingo à noite Laloo Isu Chiba, um dos seus antigos companheiros de prisão na ilha Robben Island.

Os chefes de Estado dos Estados Unidos, Barack Obama, do Brasil, Dilma Rousseff, e da França, François Hollande, assim como o premiê britânico, David Cameron, irão prestar suas últimas homenagens a ele. Em um espírito conciliador, alguns serão acompanhados pelos seus antecessores, mesmo sendo de diferentes quadrantes políticos. Os ex-presidentes George W. Bush e Nicolas Sarkozy vão acompanhar as delegações de seus países.

Chegou a hora de descansar

A chanceler alemã Angela Merkel não poderá viajar a Johannesburgo, mas o presidente Joachim Gauck estará presente. O Dala; Lama, a quem foi negado por duas vezes o visto para a África do Sul nos últimos anos, informou que não iria participar desses eventos. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu renunciar a sua participação no funeral, citando o custo de uma viagem à África do Sul.



Parece que a maioria dos dignitários que estarão presentes vão participar da homenagem oficial de terça-feira em Johannesburgo, onde alguns vão discursar a partir das 11h (7h no horário de Brasília). O corpo do grande homem ficará exposto por três dias na sede do governo em Pretória, com procissões programadas todas as manhãs nas ruas da capital.

No sábado, será transferido para a pequena aldeia de Qunu, no sul do país, a terra dos ancestrais de Mandela, e local escolhido pelo ex-presidente para ser enterrado. A África do Sul acelerou nesta segunda os preparativos para esta semana de luto nacional, que começou domingo com um dia de "orações e reflexões". De Soweto à Cidade do Cabo, de Londres a Belém, fiéis de todas as religiões cantaram e rezaram em seu nome. Alguns manifestaram grande emoção, mas a maioria ressaltou que a hora de seu descanso havia chegado.

Os sul-africanos, que se preparam há meses para o anúncio da morte iminente de seu "Madiba", reagiram de forma sóbria, sem efusões espetaculares. O tom é de gratidão pela obra de Mandela, o que impediu um pouco a tristeza. "Tata Madiba lutou por nós, agora chegou a sua vez de descansar", declarou Zanele Sibiya, em frente a grande igreja católica Regina Mundi de Soweto, um dos locais simbólicos da resistência ao apartheid.

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